Subversões políticas e epistêmicas: reflexões sobre a Pós-Graduação stricto sensu a partir de uma proposição descolonizadora e emancipatória no percurso formativo GENTES.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rotondano, Simone Filgueiras lattes
Orientador(a): Silva, Maria Cecília de Paula lattes
Banca de defesa: Silva, Maria Cecília de Paula lattes, Santos, Admilson lattes, Oliveira, Carlos Adriano da Silva lattes, Avelino, Priscila Gomes Dornelles lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39474
Resumo: Esta pesquisa questiona o acesso de pessoas periféricas; aquelas colocadas às margens das hegemonias do poder e do conhecimento; o recorte de análise é a formação continuada de professoras e professores realizada pelo Grupo de Estudos Novas Temáticas, Epistemologias e Saberes – GENTES. A análise de natureza qualitativa foi realizada por meio da análise de conteúdo, os dados foram colhidos, de modo conjunto, na observação participante realizada no período de abril de 2022 a novembro de 2023 e nas entrevistas com sete participantes da formação continuada durante o ano de 2023. A problematização trouxe para o debate a exclusão de professoras (es), da educação básica da Bahia, da pós-graduação stricto sensu, fato que sugere certa contradição tendo em vista serem sujeitos licenciados, teoricamente, cultos e intelectivos. A incongruência, segundo a investigação, se ancora, na categorização e discriminação de raça, gênero e classe econômica que operam tacitamente como critérios de seleção e eliminação. Para compreender como se dá a exclusão de corpos periféricos dos níveis de mestrado e doutorado, partiu-se da investigação sobre a pós-graduação desde a sua fundação na década de 60, analisando o ensino superior, a universidade e as políticas voltadas para essa etapa da educação como reflexo de ações governamentais, institucionais, de políticas raciais, de classe e de gênero engendradas no passado colonial, mantidas e atualizadas pela influência dominante do capitalismo euro-norte-americano sobre a produção do conhecimento nos níveis de ensino, formação e pesquisa. A pesquisa demonstrou que as periferias são inscritas nos corpos através de marcadores sociais e que mesmo professoras (es) enfrentam múltiplas formas de discriminação, são desqualificadas (os), subjugadas (os) e excluídas (os). O estudo evidenciou a sobreposição de opressões infligidas pelas violências de raça, classe, gênero e linguística, situando-as como determinações da exclusão desses corpos dos espaços de produção do conhecimento científico, ao mesmo tempo, o estudo indicou possibilidades de subversão de modelos hegemônicos de saber e poder a partir de modos fronteiriços de conhecer e de gerar conhecimento identificados e reconhecidos na formação continuada de professores no coletivo GENTES. Ao tornar público os efeitos da pedagogia de convergência utilizada pelo coletivo GENTES como subsídio de acesso à pós-graduação, a pesquisa revelou a necessidade e importância de políticas públicas de inclusão também no nível da pós-graduação.