Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Von Flach, Patrícia Maia |
Orientador(a): |
Torrenté, Mônica de Oliveira Nunes de |
Banca de defesa: |
Trad, Leny Alves Bomfim,
Silva, Luís Augusto Vasconcelos da,
Lima, Monica Angelim Gomes de,
Garcia, Leon de Souza Lobo |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Saúde Coletiva
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32203
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Resumo: |
Este estudo teve por objetivo analisar as experiências de sofrimento social e os movimentos de resistência expressos e/ou constituídos no cotidiano e no encontro entre os trabalhadores de rua e a gente de rua. Justifica-se pela inegável relevância social do tema, mas, também, pela constatação de que esta é uma problemática pouco estudada na perspectiva da relação entre trabalhadores e gente de rua. Esta pesquisa utiliza a abordagem etnográfica, tendo a Praça das Duas Mãos, no bairro do Comércio (Salvador-BA) e suas imediações como recorte espacial. Os sujeitos participantes da pesquisa foram definidos a partir dos encontros no campo de pesquisa, no caso da gente de rua, e escolhidos segundo critérios detalhados na metodologia do estudo, no caso dos trabalhadores de rua. Teve como relevante referência teórica e metodológica, ainda que no diálogo com outros autores, a sociologia reflexiva de Pierre Bourdieu, apoiando-se, também, nos estudos e reflexões do campo da Bioética para a defesa da dignidade e sacralidade da vida humana. Utilizou-se diferentes técnicas de investigação, quais sejam: entrevistas narrativas com interlocutores-chave; observação participante do cotidiano da gente de rua e das reuniões de supervisão dos trabalhadores de rua; entrevista em grupo com o Movimento de População de Rua – Núcleo Feira de Santana. A análise dos dados se apoiou na hermenêutica de Paul Ricoeur. Como principais resultados, constatou-se que: (1) a violência imposta como condição para viver e sobreviver é a maior das violências e sofrimentos a que está submetida a gente de rua. Deixar morrer ou matar em nome da justiça e proteção social das classes dominantes tem sido o destino desta gente; (2) seja na perspectiva do uso e/ou do comércio, a “droga” é importante fator de classificação e definição da posição da gente de rua no espaço social, tornando-a ainda mais desqualificada e desnecessária e, portanto, alvo principal de um Estado penal que declara guerra às drogas, na verdade, guerra e extermínio a pessoas com baixo valor social; (3) acolhimento e reconhecimento, tempo e paciência, vínculo e aposta dos trabalhadores na/com a gente de rua possibilitam, sob determinadas condições bioéticas, mudar os “efeitos do destino” e a construção de saídas emancipatórias; (4) Este estudo reconhece a potência dos bons encontros – em toda a sua beleza, alegria e requinte – para a construção de sentidos políticos e movimentos de resistência nascidos no entre, um e outro, trabalhador e gente de rua. |