Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Emily Lima |
Orientador(a): |
Castellanos, Marcelo Eduardo Pfeiffer |
Banca de defesa: |
Silva, Denise Maria Guerreiro Vieira da,
Cunha, Litza Andrade |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Saúde Coletiva
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34303
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Resumo: |
O pé diabético (PD) é uma complicação do Diabetes mellitus (DM) amplamente conhecida e bem documentada quanto à origem e desfecho, possuindo estratégias de prevenção conhecidas e eficazes. É uma das sequelas mais incapacitantes da doença, respondendo por 40% das amputações não traumáticas, das quais 85% são precedidas de ulcerações. Ser portador de uma doença crônica, por si só, já traz graves consequências à vida cotidiana dos indivíduos, levando inclusive a rupturas identitárias. Ser acometido por uma complicação altamente incapacitante do adoecimento crônico como o pé diabético imprime outro significado à experiência e conduz a diferentes tomadas de decisão. A convivência com esta complicação, porém, é pouco explorada na sua dimensão qualitativa, principalmente no que se relaciona ao itinerário percorrido por esses sujeitos adoecidos, dessa forma, considerando a previsibilidade do PD e sua prevalência na população de portadores de DM. Esta dissertação expõe os resultados provenientes de uma pesquisa que teve como objeto de estudo o itinerário terapêutico de sujeitos portadores de diabetes mellitus que desenvolveram pé diabético em tratamento na rede estadual de atenção especializada localizada no município de Salvador. O objetivo geral deste trabalho foi analisar os itinerários terapêuticos (IT) de indivíduos acometidos por pé diabético e atendidos neste município, compreendendo os significados, motivações e contextos desses itinerários. A coleta de dados se deu entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018, por meio de entrevistas narrativas de 18 sujeitos acompanhados no Centro de Endocrinologia e Diabetes da Bahia, observações não participantes com registros em diário de campo e preenchimento de ficha de dados sócio demográficos. Foram incluídos na pesquisa indivíduos maiores de 18 anos portadores de DM acometidos por PD, apresentando ferida ativa, com ou sem amputações menores. A análise das narrativas produzidas utilizou as prerrogativas de análise de narrativas de Fritz Schütze, valendo-se também da categorização de narrativas de Labov durante a descrição estruturada dos trechos narrativos. Como resultados, observou-se que a vivência com DM por períodos longos, o histórico familiar, a rede social dos indivíduos e suas relações com os serviços tem relação direta com as formas de condução dos itinerários terapêuticos. Ainda tendo como foco a análise do trajeto destes indivíduos, foi possível identificar uma série de barreiras de acesso às fontes de cuidado formais relacionadas às dimensões organizacional, simbólica, informacional e financeira. Concluiu-se, portanto que, faz-se necessário a ampliação do olhar sobre os portadores de PD para além do parâmetro engessado dos preceitos biomédicos sobre esta complicação. A dimensão social ganha na vida desses sujeitos uma matiz importante, mediando as formas como acionam as fontes de cuidado, sendo relevante desenvolver estratégias de prevenção que considerem a configuração da condução dos cuidados coerente com a realidade de vida dos sujeitos, prezando por uma escuta qualificada. |