Estimativa dos custos do Diabetes Mellitus e suas complicações no Brasil
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18135 |
Resumo: | As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são as principais fontes de carga da doença no Brasil e em 2010 cerca de 74% das mortes no nosso país foram atribuídas às DCNT. Dentre elas, destaca-se o Diabetes Mellitus (DM), cujo aumento da prevalência em países de baixa e média renda tem causado relevante impacto econômico e social. Considerando o DM e sua associação com complicações macro e microvasculares, o impacto social e econômico imposto à sociedade é expressivo, portanto a compreensão da contribuição da carga global dessa doença é extremamente importante, uma vez que os recursos disponíveis são limitados e sua aplicação deve ser feita de forma racional. O objetivo geral desta tese foi estimar os custos do Diabetes Mellitus em adultos no Brasil, considerando as perspectivas do sistema público de saúde e da sociedade. Este estudo foi baseado na prevalência autorreferida do DM em adultos. Foi estimada o impacto econômico para o ano de 2014. A perspectiva do sistema de saúde considerou os custos médicos diretos relacionados aos custos ambulatoriais e de hospitalizações por DM e condições relacionadas. A perspectiva da sociedade considerou custos não médicos (transporte para tratamento e exames, e produtos dietéticos) e indiretos (perda de produtividade, incapacidade e aposentadoria precoce). Os custos ambulatoriais incluíram medicamentos, visitas de profissionais de saúde, exames, monitoramento domiciliar da glicose, procedimentos oftalmológicos e os relacionados à doença renal crônica. Os custos das hospitalizações atribuídos às condições relacionadas ao diabetes foram estimados usando a metodologia de risco atribuível. Com base em uma prevalência nacional autorreferida de 6,2%, e assumindo que todos os pacientes diabéticos estariam em tratamento, o custo total do diabetes em 2014 foi de R$30 bilhões, incluindo R$12,04 bilhões em despesas médicas diretas (40,8%), R$6,46 bilhões em custos não médicos (21,5%) e R$11,49 bilhões em custos indiretos (38,4%). Os custos ambulatoriais totalizaram R$11,58 bilhões. O custo das hospitalizações atribuídas ao diabetes e condições relacionadas foi de R$462,98 milhões, correspondendo a um total de 314.334 hospitalizações em 1 ano. Os custos de produtos dietéticos e transporte foram estimados em R$5,65 bilhões e R$808,05 milhões, respectivamente. Os resultados demostraram uma carga econômica substancial do diabetes no Brasil, no entanto as estimativas provavelmente são subestimadas. Algumas das razões para que essa estimativa ser considerada conservadora é a utilização da prevalência autorreferida de diabetes, a não inclusão dos custos do sistema de saúde privado e dos custos da mortalidade precoce. As políticas de saúde visando à prevenção e controle do diabetes são urgentemente necessárias e os resultados podem orientar o estabelecimento de prioridades na pesquisa e na prestação de cuidados de saúde, incluindo a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do diabetes. |