Manifestações clínicas e resposta imune em uma coorte de indivíduos infectados pelo HTLV-1 com alta carga proviral e sem evidência de mielopatia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ferraz, Sheila Nunes lattes
Orientador(a): Carvalho Filho, Edgar Marcelino de
Banca de defesa: Carvalho Filho, Edgar Marcelino de, Costa, Davi Tanajura, Andrade Filho, Antonio de Souza
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Ciências da Saúde (POS_CIENCIAS_SAUDE) 
Departamento: EDUFBA
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40263
Resumo: Introdução. A mielopatia associada ao vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTLV-1) (HAM/TSP) é a principal doença neurológica causada pelo HTLV-1, mas outras manifestações clínicas associadas ao vírus estão documentadas em mais de 50% dos indivíduos infectados. Uma alta carga proviral (CPV) é um importante fator de risco para HAM/TSP, mas há uma falta de estudos prospectivos avaliando se os portadores de HTLV-1 com alta carga proviral estão em risco de desenvolver HAM/TSP ou outras doenças relacionadas ao HTLV-1. Neste estudo comparamos a incidência de manifestações clínicas e as concentrações de citocinas nos indivíduos portadores de HTLV-1 com alta e baixa carga proviral. Métodos. Trata-se de um estudo de coorte no qual participaram do estudo 30 portadores de HTLV-1 com alta CPV (> 50.000 cópias / 106 células) e igual número de sujeitos com CPV menor que 50.000 cópias / 106 células, pareados por sexo e idade (± 5 anos). Eles foram seguidos por 2 a 16 anos (mediana de 11 anos). A CPV foi medida por PCR em tempo real e a produção de IFN-γ, TNF e IL-10 foi quantificado por ELISA em sobrenadantes de células mononucleares não estimuladas. Anormalidades no exame neurológico, desenvolvimento de HAM/TSP, disfunção urinária, doença periodontal, disfunção erétil e o aparecimento de síndrome seca foram registradas anualmente. Resultados. Entre os sintomas auto-reportados na avaliação inicial, apenas a presença de parestesias em mãos foi mais frequente no grupo de indivíduos com alta CPV quando comparados com o grupo controle (p 0,04). Durante o acompanhamento, não houve diferença na ocorrência de disfunção erétil ou urinária, doença periodontal, síndrome seca, sinais neurológicos entre os dois grupos e nenhum dos pacientes desenvolveu HAM/TSP. A produção de IFN-γ foi maior no grupo com alta CPV (mediana 1.308 versus 686pg/ml, p <0,011) quando comparado ao grupo controle na primeira avaliação. Durante o seguimento houve uma diminuição na carga proviral apenas entre os casos. Conclusão. Indivíduos com alta carga proviral acompanhados por um longo período não progrediram para HAM/TSP, nem desenvolveram outras manifestações clínicas relacionadas ao HTVL-1, indicando que outros fatores além da carga proviral estão envolvidos na passagem de células infectadas pelo HTLV-1 do sangue para o sistema nervoso central.