Estudo das construções infinitivas em “Os diálogos de São Gregório”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Azevedo, André Marcílio Carvalho de
Orientador(a): Ribeiro, Ilza Maria de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/8397
Resumo: A presente dissertação resulta de um estudo das construções infinitivas canônicas dos livros Primeiro, Segundo e Terceiro do corpus A mais antiga versão portuguêsa dos “Quatro livros dos Diálogos de São Gregório”, à luz do modelo Princípios e Parâmetros da Gramática Gerativa, com alguns comentários de adequação ao Programa Minimalista. As análises compreenderam os três grupos de construções infinitivas canônicas: infinitivas de Marcação Excepcional de Caso, infinitivas de Alçamento e infinitivas de Controle. Quanto a estas últimas, não foram registradas construções completivas de Controle objeto com verbos prototípicos de Controle objeto do português dos nossos dias, como pedir (ou qualquer verbo arcaico equivalente) e dizer. Ocorrem nestes casos, no lugar das completivas infinitivas,completivas subjuntivas cujo sujeito nulo é co-referencial ao objeto (direto ou indireto) da sentença-matriz. Levantou-se a hipótese de que este padrão de complementação em construções equivalentes às construções de Controle de objeto atuais constitui resíduo tardio de uma estratégia disponibilizada pelo latim para lidar com o chamado Problema da Incompatibilidade entre PRO e o infinitivo daquela língua, que apresentava especificações de Tempo. Em determinado momento histórico da língua, a transformação daquele padrão de complementação subjuntiva em direção às atuais infinitivas de Controle objeto pode ter tido como elemento predisponente a ambigüidade gerada pela proximidade semântica entre completivas de Controle e adverbiais finais, para alguns casos; mais recentemente, o surgimento tardio do infinitivo flexionado reintroduziu o Problema de Incompatibilidade em uma versão simétrica à que ocorrera no latim: por ter o infinitivo português especificações de pessoa, assoma a hipótese de que o português teve de constituir nova estratégia para “driblar” este novo Problema da Incompatibilidade, estratégia essa que consiste na proliferação do infinitivo flexionado em direção a ambientes em que, antes, só a forma não flexionada era permitida.