Da escola para as telas: narrativas midiáticas estudantis e o direito à comunicação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Lilian Bartira Santos lattes
Orientador(a): Pretto, Nelson De Lucca lattes
Banca de defesa: Jardim, Gustavo da Rocha, Almeida Filho, Edgard Patrício de, Ficoseco, Verónica Sofía, Alves, Kelly Ludkiewicz, Ferreira, Giovandro Marcos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38942
Resumo: O contexto de cerceamento e violação de direitos em que o Brasil está inserido é um marcador importante para fomentar discussões que proponham a garantia do direito à comunicação, sobretudo, a partir do diálogo entre instituições públicas. Num país acentuadamente caracterizado por monopólios comunicacionais privados, pensar possibilidades de políticas públicas de comunicação em diálogo com a escola pública torna- se premente. Nesse sentido, defendemos a tese de que a escola pública, agregadora das maiorias invisibilizadas, em conexão com a comunicação pública, pode potencializar exercícios importantes de garantia do direito à comunicação. Com o objetivo de compreender as potencialidades das narrativas midiáticas estudantis, veiculadas em espaços de comunicação pública, buscamos identificar as matérias significantes presentes nas narrativas do Programa Intervalo, elaborado pela TV Anísio Teixeira e veiculado na TVE da Bahia, entre 2014 e 2015, a fim de verificar o que expressam e comunicam essas narrativas e para quais realidades macro e micro elas apontam. Por ser um lugar significativo de encontro das camadas populares, correlatamente, a escola pública pode ser também o espaço estratégico para a promoção de experiências educativas e culturais que possibilitem não somente reflexões, mas o desenvolvimento de ações criativas e cidadãs. Deste modo, a partir do conceito de educações (Pretto, 2017), delineamos dois percursos pedagógicos para que a conexão proposta atinja seu propósito: as pedagogias de produção e as pedagogias de apropriação e consumo cidadão. De abordagem qualitativa (Minayo, 2012), multirreferencial (Ardoino, 1998) e hermenêutica (Ricoeur, 1988), este trabalho se efetivou, metodologicamente, por meio da análise pragmática das narrativas (Motta 2013, 2017), a partir da identificação das matérias significantes (Verón, 1997) e condições materiais de apresentação dos enunciados (Maingueneau, 2005). Os principais resultados da pesquisa, cuja análise exigiu perspectivas decoloniais e interseccionais de leitura, é de que as narrativas midiáticas estudantis, resultantes da conexão escola pública – comunicação pública, se apresentaram como uma estratégia potente para os estudantes expressarem questões relativas à adolescência e também às suas realidades sociais, com engajamento político e criatividade. As narrativas do Programa Intervalo visibilizaram a vastidão do território baiano: sua diversidade de gentes e sotaques, geografias, culturas, economias, arquiteturas e biomas. Embora o Programa Intervalo não tenha nascido no interior das escolas, e seja um projeto descontinuado, ele funciona como inspiração e estímulo para iniciativas contínuas de produção e publicização de narrativas estudantis.