Práticas de cuidado alimentar de crianças e sentidos atribuidos aos discursos sobre alimentação e nutrição por cuidadores domiciliares.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Soares, Micheli Dantas
Orientador(a): Trad, Leny Alves Bomfim
Banca de defesa: Santos, Ligia Amparo da Silva, Bastos, Ana Cecilia de Sousa Bittencourt, Woortmam, Klaas Axel Anton Wessel
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26997
Resumo: O objeto dessa investigação se insere no campo do cuidado à saúde de crianças no ambiente domiciliar, com recorte no cuidado alimentar e nutricional. As práticas alimentares, foco do cuidado alimentar e nutricional, situam-se em um terreno fértil de sentidos e símbolos, regado por códigos de valores construídos culturalmente, submetido a limitações de ordem econômica, a interdições de natureza religiosa, às experiências particulares de relação com os diversos alimentos. Trata-se de um cuidado que dialoga com ordenamentos de diferentes naturezas. Este estudo tem por objetivo compreender as práticas de cuidado alimentar infantil e os sentidos atribuídos aos discursos sobre alimentação e nutrição por cuidadores domiciliares de crianças. Para tanto, realizou-se um estudo de cunho etnográfico num contexto urbano da cidade de Salvador/BA, representado por grupos domésticos do segmento de camadas baixas urbanas, no período de agosto de 2009 a fevereiro de 2010. A partir da interpretação das narrativas produzidas em campo, desde uma perspectiva hermenêutica, foi possível compreender que os sentidos sobre alimentação e nutrição estão margeados por significados de riscos. A regulação da alimentação é significativa nas práticas de cuidado alimentar no âmbito doméstico. Na dimensão da narrativa, esta ação cotidiana representa controle e vigília sobre o que e como ofertar. Contudo, no campo da ação a regulação, pode tanto escapar ao controle face os imponderáveis do cotidiano, quanto é também volitivamente flexibilizada. Foi possível observar mediações simbólicas e materiais, orientadas pela tradição, pela autonomia, pela afetividade e por uma sorte de descontinuidades próprias dos tempos de hoje. Sobre a corporalidade e suas relações com práticas de cuidado alimentar, percebeu-se um conjunto de mediadores que se libertam de parâmetros hegemonicamente utilizados. Conclui-se que processos de destradicionalização marcam os modos de gestão da vida e povoam de riscos o cotidiano dos sujeitos e as práticas de cuidado alimentar.