Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Gustavo Ribeiro de |
Orientador(a): |
Iriart, Jorge Alberto Bernstein |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Saúde Coletiva
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/15225
|
Resumo: |
Este artigo objetiva conhecer a experiência de “estar acidentado” por trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho (AT) não-fatais graves na cidade de Salvador, Bahia, Brasil, na perspectiva fenomenológica e da antropologia médica, utilizando as “narrativas da doença” e a “experiência da enfermidade”. Durante aproximadamente quatro meses, acompanhou-se o cotidiano de três trabalhadores, para conhecer o significado dado por eles à experiência pós-AT. De acordo com suas narrativas, o caminho do tratamento é sofrido, na medida em que a falta de perspectiva de melhora leva-os a refletir sobre questões como o atendimento recebido no SUS, o processo de recuperação interminável e a (des)crença em voltar à vida de antes. Predomina o negativismo de ser uma pessoa limitada pela seqüela do AT, em um processo de descaracterização do indivíduo enquanto parte da sociedade. Problemas de ansiedade e nervoso foram comuns a estes atores sociais, presos a um cotidiano fechado entre as paredes da casa, por medo constante de se re-inserir na sociedade. O apoio da família é fundamental na adaptação desses indivíduos, dando suporte emocional e conforto para eles contra uma experiência sofrida. Esse processo fez com que eles se apegassem a espiritualidade na tentativa de dar significado ao sofrimento vivido, buscando na família e na religião formas de escape para esse constante processo de sair do mundo social. Pode-se afirmar que o AT ultrapassa os limites dos custos econômicos, gerando graves conseqüências sociais para os trabalhadores. Só é possível compreender essa dimensão quando mergulhamos no universo destes atores sociais, buscando entender o significado dessa experiência em seu cotidiano. |