Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Veloso Junior, Vanderlei da Conceição |
Orientador(a): |
Silva, Eduardo Mendes da |
Banca de defesa: |
Silva, Eduardo Mendes da,
Rodrigues, Gilberto Gonçalves,
Lanna Neto, Emílio de,
Martins, Viviane Souza,
Santos, Francisco Kelmo Oliveira |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Biologia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ecologia: Teoria, Aplicação e Valores
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33248
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Resumo: |
No estuário do rio Paraguaçu (Bahia) os pescadores artesanais e marisqueiras têm relatado sentir uma forte coceira, quando entram em contato com a água e com a lama do rio para exercer suas atividades laborais, desde o ano de 2007. Os pescadores artesanais e marisqueiras sugerem diferentes causas para a coceira, dentre elas uma espécie de esponja identificada como Amorphinopsis atlantica Carvalho, Hajdu, Mothes & van Soest, 2004. Entretanto, não há informações precisas sobre a causa da coceira, constituindo uma lacuna pesquisa-prática. Assim, o presente estudo objetivou investigar a causa da coceira relatada pelos trabalhadores da pesca artesanal no estuário do rio Paraguaçu. Foi realizada pesquisa bibliográfica, entrevistas informais durante os primeiros contatos com a comunidade e visita às áreas do estuário onde havia relatos da coceira. Em seguida, um questionário semiestruturado foi respondido por 248 pescadores e marisqueiras de Santiago do Iguape/BA, para obter informações sociodemográficas e de percepção ambiental. Exemplares de A. atlantica foram coletados para a descrição de sua morfologia externa e de suas espículas. Além disso, foi realizado o georreferenciamento dos locais de ocorrência da espécie e dos locais de pesca/mariscagem da comunidade. Amostras de água foram coletadas em três locais para se verificar a existência de espículas livres. Dentre os entrevistados havia pescadores artesanais e marisqueiras com idade entre 20 e 70 anos e baixo nível de escolaridade. Os participantes associaram a ocorrência da coceira e da esponja no estuário do rio Paraguaçu com a instalação de empreendimentos na região. A operação da barragem e da hidrelétrica Pedra do Cavalo reduziram a vazão de água doce e a amplitude de salinidade do estuário do rio Paraguaçu, o que facilitou o estabelecimento de A. atlantica na baía do Iguape (BI), que por sua vez, pode causar a coceira nos pescadores artesanais e marisqueiras devido ao contato com as espículas silicosas. Em relação a morfologia externa A. atlantica é uma espécie incrustante, massiva e lobada. Sua coloração varia de amarela a cinza escuro esverdeado. Suas espículas são de dois tipos: as óxeas são lisas, retas ou levemente curvadas e os estilos são menores do que as óxeas, lisos e retos. Foram registrados 125 pontos de ocorrência da espécie na BI, os quais são próximos aos locais de pesca/mariscagem utilizados pelos pescadores artesanais. Amorphinopsis atlantica foi observada em cinco tipos de substrato e espículas de esponjas compatíveis com a morfologia descrita para as espículas de A. atlantica foram encontradas em todas as amostras de água. Os distúrbios causados no estuário do rio Paraguaçu pela hidrelétrica Pedra do Cavalo relacionados com a redução da vazão de água doce, alterações no regime de liberação de água e diminuição do intervalo de variação da salinidade do estuário são comentados. |