Dieta do boto-cinza, Sotalia fluviatilis (cetacea, delphinidae), no complexo estuarino da Baía de Paranaguá e sua relaçao com a ictiofauna estuarina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Zanelatto, Regina Celia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/8285
Resumo: O presente estudo avalia a dieta de Sotalia fluviatilis (boto-cinza) no complexo estuarino da baía de Paranaguá (Paraná, Brasil) e suas relações com a ictiofauna local. Investigou-se o hábito alimentar da espécie comparando-se os itens da dieta encontrados nos estômagos com dados disponíveis na literatura sobre a ictiofauna do litoral paranaense. Nos estômagos analisados de 35 indivíduos foi encontrado um total de 1567 itens, incluindo otólitos de teleósteos, bicos de cefalópodes e fragmentos de crustáceos. Do total das presas encontradas 91,5% foram teleósteos, corroborando a informação de que o boto-cinza é uma espécie primariamente piscívora. Os cefalópodes contribuíram com 7,9% dos itens alimentares, e os crustáceos foram as presas menos importantes da dieta, com apenas 0,57%. As espécies mais importantes registradas na dieta foram: Pomadasys corvinaeformis (corcoroca), Pellona harroweri (sardinha-mole), Loligo plei (lula), Ctenosciaena gracilicirrhus (goretê), Lolliguncula brevis (lula), Cetengraulis edentulus (sardinha-xingó), Trichiurus lepturus (peixe-espada), Diapterus rhombeus (caratingaetê), Stellifer rastrifer (canguá), Micropogonias furnieri (corvina) e Menticirrhus americanus (betara-preta). Estes dados indicam que a espécie alimenta-se, sobretudo, de espécies tipicamente costeiras, comuns na zona de arrebentação e adjacências, e que freqüentam ocasionalmente o interior do estuário. Das espécies de teleósteos registrados na dieta do boto-cinza, 91% utiliza-se das áreas de manguezais durante pelo menos uma parte do seu ciclo de vida; isto reforça a importância da manutenção destes ambientes para o êxito dos planos de conservação e manejo desta espécie de cetáceo.