Sampleando micropolíticas da pirraça em Baco Exu do Blues

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alves, Gabriel Reis Santos lattes
Orientador(a): Souza, Carla Dameane Pereira de lattes
Banca de defesa: Santos, Lívia Maria Natália de Souza lattes, Alves, Moisés Oliveira lattes, Souza, Elizeu Clementino de lattes, Souza, Carla Dameane Pereira de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Rap
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40090
Resumo: Esta dissertação apresenta discussões e reflexões para o alargamento das concepções acerca dos campos histórico-culturais e literários negro-brasileiros na busca por diálogos permeados pela importância da oralidade cantada para a construção identitária da literatura afro-brasileira na contemporaneidade através da musicalidade ambientada pela produção rap-literária, em especial na potência de uma pirraça em movimentação nas canções do cantor baiano Baco Exu do Blues. A partir dos álbuns Esú, de 2017, e Bluesman, de 2018, assim como nas produções audiovisuais correlatas aos discos do cantor, foram identificadas propostas de manutenção identitárias que propunham ações cotidianas levantadas por micropolíticas da pirraça. Desse modo, através de sua obra, o cantor opera criticamente nas relações entre subalternidade e insurreição, ambas flagradas pelas artes musical e audiovisual e descortina vivências autônomas às hegemonias de poder que se colocam para além de produções orais afro-diaspóricas. Assim, através da interruptibilidade interseccional das produções multimodais rap-literárias, na busca do reposicionamento do corpo negro como produtor de discursos apagados pelos princípios validados à escrita como fonte cientifica, e em vista reestrutural das ordens organizacionais de mundo, as supracitadas produções artísticas criam um contraponto aos processos necropolíticos das ações esquivas de criação e a atualização da diáspora negra. Baco Exu do Blues delega às movimentações artísticas uma expansão dos mecanismos históricos de continuidade cultural e escrita literária negra no Brasil. Desta maneira, este estudo percorre debates identitários acerca das experiências e escritas de si vigentes ao âmbito periférico, propondo a ampliação para com o olhar, como ressalta bell hooks (2019a). Com isto, para elucidar as micropolíticas da pirraça, serão levantados teóricos como Deleuze e Guattari (1974), Judith Butler (2019), Leda Maria Martins (2003) e Jorge Augusto Silva (2020).