Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Defrahl, Morgana |
Orientador(a): |
Araújo , Tânia Maria Fonseca de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Geologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23437
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Resumo: |
As evidências de mudanças paleoclimáticas e paleoceanográficas nos últimos 25.000 anos são reconstruídas através do padrão de distribuição de foraminíferos planctônicos, análise geoquímica e biocronoestratigráfica da biota, além da análise dos minerais de argila coletados em quatro testemunhos (T132, T141, T147 e T160) no talude continental norte do Estado da Bahia. Os métodos correspondem à coleta de testemunhos, preparação de amostras de sedimento e de foraminíferos coletados em intervalos de 10 cm, triagem e identificação de 300 espécies de foraminíferos planctônicos por amostra, tratamento estatístico através da frequência absoluta (FA) e relativa (FR), 13C, biocronoestratigrafia, taxa de sedimentação (TS) e fotomicrografias das testas. Além disso, foi realizada a análise difratométrica (DRX) e de fluorescência de Raios X (FRX) no sedimento. São descritas 17.700 espécies de foraminíferos planctônicos e os gêneros mais abundantes são Globorotalia, Globigerinoides e Globigerina que somam 17.079 testas. A DFR e FRX acusam a presença de quartzo, caulinita, gipsita, feldspato, mica/ilita, calcita, halita e aragonita. A análise 13C apresenta valores entre -1,8 a 0,2‰, em diferentes profundidades nos testemunhos. As idades C14 são: 12.372 anos no T141 a 170cm de profundidade; T147 entre 8.615 anos (60cm) e 12.440 anos (120cm); T160 entre 3.491 anos (40cm) e 24.794 anos (100cm). A TS é calculada em 15,68cm/1.000 anos no T147 (60120cm), no 160 (40-100cm) é de 2,81; é estimada em 13,74 para T141 (0-170cm) e em 2,67 para T160 (65100cm). Este estudo conclui que a análise de foraminíferos planctônicos, especialmente de bioindicadores de massas de águas quentes e frias, realizada em amostras de sedimento coletado em intervalos de 10 cm em T141, T147 e T160 confere maior precisão nas curvas de FR, especialmente em períodos relativamente longos de predominância da biota. Bioestratigraficamente foi registrado as subszonas Z1, Z2 e Y1 em T141, T147 e T160 e Globorotalia truncatulinoides sinaliza com o aumento expressivo de sua FR o limite Z2/Y1 (11.700 anos) para T147 e T160. As TS corroboram com o predomínio de espécies bioindicadores Globigerina bulloides e Globigerinoides ruber. O reflexo paleoceanográfico de três ciclos transgressivos até 7.100 anos, já descritos para a região ao norte de Salvador, é parcialmente caracterizado em T141; T147 e T160 apresentam características da primeira transgressão. A relativa continuidade deposicional ao longo do T141 implica em pouca ou nenhuma instabilidade gerada no talude na época da deposição dos sedimentos, ao contrário em T147 e T160. Estima-se que o Último Máximo Glacial na costa da Bahia ocorreu no período entre 20.000 a 25.000 anos e os ciclos Dansgaard-Oeschger possuem evidências em T147 (160-190cm) e o evento Younger Dryas sugere uma relação com T147 (130-160cm). A 13C de T147 (60cm) caracteriza um clima comparativamente mais frio que T141 (170cm); e T160 (40cm; 100cm) apresenta um clima mais quente que T147 (120cm). A caulinita define áreas fonte com clima tropical úmido e áreas de deserto intenso, onde este inexiste atualmente no Brasil e é desconhecido para o Pleistoceno Superior nesta área de estudo, portanto as regiões do semi-árido da Bahia e as regiões desérticas do continente africano podem ter contribuído para a dispersão de argilas, favorecido pela ação dos ventos e pelas correntes oceânicas. |