Anatomia foliar e sua importância nas relações filogenéticas do Clado Chapada Diamantina (Eupatorieae, Asteraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Bárbara Passos da Silva lattes
Orientador(a): Roque, Nádia
Banca de defesa: Santos, Andrea Karla Almeida dos, Coelho, Alexa Araújo de Oliveira Paes, Leite, Kelly Regina Batista
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Evolução (antigo Programa de Pós Graduação em Diversidade Animal-PPGDA) 
Departamento: Instituto de Biologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37307
Resumo: Estudos moleculares recentes recuperaram o clado Chapada Diamantina (Eupatorieae-Asteraceae), endêmico da Cadeia do Espinhaço, Brasil, compreendido por 30 espécies distribuídas em seis agrupamentos. Contudo, alguns grupos obtiveram baixo suporte e cinco espécies foram segregadas de seus gêneros. Dentre as ferramentas para a resolução de problemas taxonômicos, os caracteres anatômicos de órgãos vegetativos têm se mostrado importantes marcadores morfológicos de processos evolutivos. Desta forma, este estudo tem como objetivo descrever a anatomia foliar de representantes de seis agrupamentos do clado Chapada Diamantina. Foram analisadas diferentes populações de 16 espécies distribuídas em seis gêneros pertencentes ao clado, além de duas espécies representantes do grupo externo, os materiais coletados foram depositados no Herbário ALCB e também fixados em FAA 70%, para obtenção de seções paradérmicas a partir da dissociação pelo método de Franklin e de seções transversais a partir de material incluído em Historesina e posterior seccionamento em micrótomo rotativo. A coloração foi feita de acordo com técnicas usuais para ambas formas de obtenção das seções, que foram posteriormente analisadas e fotomicrografadas sob microscopia óptica e eletrônica de varredura no LAVIM-UFBA e IGM-FIOCRUZ, respectivamente. Dentre os principais resultados: a) A posição dos canais secretores na nervura principal associados aos feixes vasculares é uma provável sinapomorfia para o clado (vs. canais secretores dispersos no parênquima fundamental); b) Lâminas foliares hipoestomáticas e a presença de estômatos em criptas estomáticas sustentaram os gêneros Lasiolaena e Stylotrichium como grupos irmãos; c) O contorno das células epidérmicas e as lâminas anfiestomáticas corroboraram a inclusão de Arrojadocharis praxeloides e Lasiolaena pereirae no gênero Agrianthus; d) Tricomas tectores do tipo XI são exclusivos de Bishopiella elegans; e) Tricomas tectores tipo VII são exclusivos de Lasiolaena; f) Mesofilo isobilateral e feixes acessórios na nervura são exclusivos de Eupatoriae sp. nov.; g) As espécies apresentaram caracteres macro e micromorfológicos que possuem valores adaptativos à vegetação de campo rupestre, como folhas coriáceas, imbricadas, área foliar reduzida, cutícula espessa, alta densidade de tricomas, estômatos em criptas, hipoderme e extensão de bainha no mesofilo. A partir da análise da anatomia foliar das espécies do clado Chapada Diamantina, concluímos que os caracteres anatômicos foliares corroboraram a maioria dos agrupamentos propostos na filogenia molecular, além de refletir importantes adaptações aos campos rupestres, vegetação em que todas as espécies são endêmicas.