Ecologia, Paleoecologia e Vulnerabilidade Ambiental do Sistema Estuarino da Baía de Camamu, Bahia, Brasil, Fundamentadas em Estudos de Diatomáceas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Fernando Ribeiro de
Orientador(a): Gomes, Doriedson Ferreira
Banca de defesa: Moreira, Luciane, Fischer, Cristiane, Cardoso, Luciana, Lessa, Douglas
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Biologia
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA: TEORIA, APLICAÇÃO E VALORES
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34039
Resumo: Esta tese teve os objetivos de determinar as variáveis estruturantes da comunidade de diatomáceas bentônicas da baía de Camamu, modelar a relação de seus taxa com estas variáveis, determinar a dinâmica de transformações que as comunidades de diatomáceas sofreram no tempo por via da observação das diatomáceas preservadas em sedimento (semifósseis), avaliar desta forma se a região estuarina, previamente considerada pristina, já sofreu danos devido às atividades antrópicas na área, modelar a dinâmica das variáveis ambientais no tempo através de funções de transferência e propor a adaptação de técnica de mensuração de vulnerabilidade ambiental relativa também usando diatomáceas. Para tanto foram coletadas amostras de sedimento superficial em 30 pontos ao longo da baía e de seus tributários (rios Serinhaém, Orojó e Marau), coletados seis testemunhos, foram determinadas as concentrações dos nutrientes (séries nitrogenadas e fosfatadas e silicato) e das demais variáveis físico-químicas (temperatura, salinidade, pH, oxigênio dissolvido, potencial redox, matéria particulada em suspensão e granulometria). Também foram determinados os percentuais de espécies indicadoras de eutrofização ou poluição orgânica de cada amostra. Foram observadas evidências de que a baía está sofrendo um processo de eutrofização e que ela passou por um processo de progradação da zona costeira. Foram significativos os modelos para a distribuição espacial das variáveis salinidade e pH, consideradas correlacionadas, e dos taxa Seminavis sp1, Fallacia nummularia (relacionado aos sítios de menor percentual de espécies indicadoras), Paralia sulcata var. coronata e Thalassiosira sp1 (relacionadas à maior concentração de nutrientes, maior energia hidrodinâmica e aos sítios de maior percentual de espécies indicadoras). Foram também significativos os modelos da relação entre a distribuição de Planothidium septentrionalis, oxigênio dissolvido e matéria particulada em suspensão (relacionado a ambiente praial), Delphineis sp1, salinidade e areia fina, Fallacia forcipata, areia grossa e matéria particulada em suspensão (relacionado à baixos percentuais de espécies indicadoras) e entre Opephora olsenii e salinidade. Os resultados da função de transferência revelaram a tendência de redução da salinidade, reforçando a hipótese da progradação da zona costeira. A técnica de avaliação da vulnerabilidade relativa pôde ser adaptada com sucesso, indicando que os seus pontos mais a jusante e a montante no rio serinhaém e mais a montante no rio Marau são os mais vulneráveis relacionados à baixa profundidade, elevada condutividade, baixa concentração de oxigênio dissolvido e elevada concentração de silicato. O método permitiu uma inédita composição matemática entre os dados neoecológicos e paleoecológicos.