O agenciamento em Breve historia de sete assassinatos: Bob Marley, política e revolução no romance jamaicano de Marlon James

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cruz, João Vitor Dias da lattes
Orientador(a): Souza, Arivaldo Sacramento de
Banca de defesa: Souza, Carla Dameane Pereira de, Rodriguez, Maria Dolores Sosin, Souza, Arivaldo Sacramento de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37421
Resumo: Esta dissertação tem como tema o agenciamento no romance jamaicano de Marlon James (2017a), Breve história de sete assassinatos. A narrativa que compõe o corpus desta pesquisa é ambientada em uma Jamaica recém-independente e tem como ponto de partida a tentativa de assassinato que Bob Marley e seus familiares sofreram na noite de 3 de dezembro de 1976. A partir deste episódio, Marlon James recorre aos seus narradores para reescrever a história política e o desenvolvimento social de seu país. Nesse período, do mesmo modo, Bob Marley assume-se como um agente político e revolucionário em sua ilha, tudo isso devido ao clima de tensão que se instaurou na Jamaica por conta das eleições parlamentares desse mesmo ano. Assim sendo, esta dissertação analisa as pessoas que compõem a narrativa jaminiana, bem como os efeitos produzidos por James (2017a) ao agenciar seu personagem principal, o cantor Bob Marley. Com o apoio de teóricos como Deleuze e Guattari (1995; 2017a; 2017b) e Florentina Souza (2015) foi possível perceber que o autor agencia suas dezenas de narradores, de diversos pontos sociais, para reescrever a história social e política da ilha, e, da mesma forma, ele explora uma versão pouco conhecida no mundo afora sobre o astro do reggae. Por conseguinte, com o apoio de Rabelo (2006), White (2012) e Bezerra (2012), foi possível perceber os modos de vida que ajudaram o intérprete Bob Marley a assumir sua posição de agente político na Jamaica, como o movimento político e religioso rastafári e o som-manifesto do reggae music. Ainda, com o apoio de teóricos como Stone (1977) e Marley e Jones (2020), discute-se os conflitos sociais propagados pelas duas principais legendas que estavam no pleito para a disputa parlamentar na ilha caribenha: o Partido Nacional Popular (PNP), de espectro esquerda, e o Partido trabalhista Jamaicano (PTJ), de espectro direita. Ambas as legendas, durante a corrida eleitoral, incentivaram e patrocinaram o terror que deixou a marca de dezenas de mortos na ilha. Nesse quadro de guerra, insere-se o Bob Marley de Marlon James para cantar a liberdade de seu povo e tentar unir sua nação.