Entre espaços e estados de liberdade: uma leitura da prática espacial de crianças moradoras do Centro da Cidade de Salvador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Britto, Mel Travassos de
Orientador(a): Fernandes, Ana Maria
Banca de defesa: Uriarte, Urpi Montoya, Santos, José Eduardo Ferreira, Castro, Lucia Rabello de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Arquitetura
Programa de Pós-Graduação: Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27633
Resumo: Este trabalho de pesquisa tem como objetivo discorrer sobre o espaço público enquanto espaço de liberdade da Infância. Tida como o período de enfrentamento dos riscos e a descoberta do outro, a infância, de modo geral, tem se moldado a partir de realidades distintas na cidade, entre discursos, leituras de realidade, desconhecimento, constrangimentos, restrições, afrontamentos, subversão e sinais de cumplicidade. A partir do entendimento dessas múltiplas realidades, buscamos problematizar como a prática espacial das crianças no espaço público é regida por estados de liberdade que se constituem, sobretudo, a partir de representações, sobre a infância e sobre a cidade, elaboradas tanto pela criança, quanto pelo adulto, que se fazem presentes nos contextos infantis, através de desejos, normas e exigências familiares, necessidades legais e no projeto de cidade elaborado por gestores e planejadores das cidades. A partir de uma investigação etnográfica com sete crianças moradoras do Centro da Cidade de Salvador, considerando suas competências e performance no espaço público, identificamos e analisamos os possíveis estados de liberdade que condicionam o seu estar nesse espaço, a apropriação e a possibilidade de experiência que esses espaços de liberdade oferecem. Ancorados na teoria de Henri Lefebvre sobre a produção do espaço e no entendimento da Sociologia da Infância sobre as competências e potencialidade das crianças, aproximamos os temas cidade e infância em uma discussão sobre a liberdade da criança na cidade, em seus movimentos autônomos, independentes ou impostos. Com esta investigação compreendemos que a relação que a criança estabelece com esse espaço gera consequências diretas na apropriação e experiência infantil da cidade, a partir de onde ela (re)interpreta e (re)produz representações sobre o espaço público, a cidade e o espaço urbano. A prática espacial da criança torna-se, neste entedimento, um exercício de sua liberdade e o espaço público, palco emblemático onde os movimentos de todas as naturezas acontecem e para onde converge a expressão da liberdade.