Relação entre o estresse, fatores de personalidade e apoio social: um estudo comparativo entre pais de crianças e jovens com transtorno do espectro autista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodrigues, Marianna Santos lattes
Orientador(a): Freitas, Patrícia Martins de lattes
Banca de defesa: Freitas, Patrícia Martins de lattes, Manfroi, Edi Cristina lattes, Teodoro, Maycoln Leôni Martins lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Outro
Departamento: Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38039
Resumo: O manejo das necessidades de um filho com diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autista (TEA) pode desencadear uma sobrecarga e estresse parental, sintomas de ansiedade e depressão. O objetivo do estudo foi avaliar a relação dos traços de personalidade, estratégias de enfrentamento e apoio social com o nível de estresse, sintomas de ansiedade, depressão em pais de filhos, com TEA. Esta dissertação apresenta três artigos independentes. Artigo 1: Investigou as evidências da literatura sobre as variáveis individuais, traços de personalidade, que influenciam no estresse e no coping de mães de filhos com TEA. Revisão sistemática da literatura, entre 2009-2019. As principais evidências apontam alto nível de estresse presente em mães, em 90% dos estudos. A personalidade foi pouco investigada presente em apenas 16% das pesquisas. O segundo e o terceiro artigo foram produzidos a partir de um delineamento quantitativo, transversal, com 346 participantes, idade média 37 anos (dp = 6,48), das cinco regiões do Brasil. A coleta de dados foi on-line e os participantes concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Artigo 2: O objetivo foi avaliar o estado emocional (estresse, ansiedade e depressão) e comparação de grupos entre pais de filhos com TEA. Os pais foram divididos em três grupos, a partir da idade dos filhos: G1 de 0-5 anos, G2 de 6-11 anos e G3 acima de 12 anos. Para análise de dados utilizou-se análise descritiva, correlação de Spearman, testes de Kruskal-Wallis, Teste de Dunn, e análise de regressão múltipla. A comparação de grupos apontou diferenças em variáveis de Estresse: Restrição de comportamento no G3 (p<0,010) e Incapacidade do Filho, no G1 (p<0,001). Na avaliação de comportamentos, apresentaram diferenças quanto a Fala Inapropriada no G2 e no G3 (em ambos, p<0,001), e na Letargia a diferença foi apontada no G3 (p<0,003). A idade e o comportamento dos filhos compõem um modelo preditor de estresse, para este estudo (R²=0,33; p<0,000). A maior resposta de estresse foi observada em pais de crianças menores e de jovens. Artigo 3: Avaliou-se a interação do estresse, ansiedade, depressão, tipos de enfrentamento e traços de personalidades dos pais. Para análise de dados utilizou de testes de correlação de Spearman, regressão múltipla e mediação. Nas correlações, observou-se o Neuroticismo que apresentou correlações positivas, enquanto a Conscienciosidade negativas entre com o estresse, a ansiedade e a depressão. Na análise de regressão, as estratégias de Fuga, Confronto e Reavaliação Positiva (R² = 0,16 p<0,000) e o Neuroticismo (R² = 0,15 p<0,000), são preditores do estresse parental. Na análise de mediação, os efeitos indiretos do Neuroticismo foram observados nas relações de estresse/depressão e estresse/ansiedade. Os resultados apresentam um modelo com variáveis individuais que explicam a relação de estresse e coping em famílias, no contexto do TEA, e pode ser um diferencial para as intervenções no cuidado das famílias. O produto deste trabalho foi um e-book distribuído gratuitamente com conteúdo psicoeducativo, direcionado aos pais, com informações sobre estratégias comportamentais para auxiliar nos cuidados do filho e no manejo do estresse parental.