Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Silva, Cacio Romualdo Conceição da |
Orientador(a): |
Viégas, Lygia de Sousa |
Banca de defesa: |
Souza, Marilene Proença Rebello de,
Cruz, Silvia Helena Vieira |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19671
|
Resumo: |
A Educação Infantil no Brasil organiza-se em uma história tecida por tensões, avanços e retrocessos; um percurso que tem em seu início a ação das Santas Casas de Misericórdia a partir da implantação das “rodas dos expostos ou enjeitados” (um mecanismo de acolhimento para as crianças abandonadas) juntamente aos asilos do século XVIII; sofreu influências da luta pelo aumento da sua oferta em função da inserção de mulheres no mercado de trabalho, a partir da Revolução Industrial, e hoje se organiza como lugar formal de educação e cuidado de crianças na faixa etária de zero a cinco anos. Um lugar que possui características específicas de funcionamento, definidas a partir de avanços legais acerca do entendimento da infância, estes garantidos nos últimos 40 anos e que compreendem a experiência escolar neste contexto, diferente dos anos seguintes do percurso de escolarização. No contato diário com professoras da Educação Infantil, na condição de psicólogo escolar em uma escola de um bairro popular da cidade do Salvador-BA, foi possível entrar em contato com falas e ações que compreendiam as crianças a partir de uma concepção diferente daquela pertinente à Educação Infantil. Quanto às crianças, essas também não atendiam às expectativas das professoras em termos de comportamento e aprendizagem. Nesse sentido, a presente pesquisa possui como objetivo compreender a constituição das queixas escolares acerca de crianças de uma turma de cinco anos da Educação Infantil de uma escola de bairro popular na cidade do Salvador-BA, a partir da perspectiva da professora e das próprias crianças. Situada no campo da pesquisa de natureza qualitativa e metodologicamente concebida como um estudo de caso de inspiração etnográfica, o presente estudo se materializa a partir da observação participante da dinâmica do espaço escolar, da entrevista semidirigida com a professora e da realização de grupo com as crianças. A análise e articulação dos materiais de campo foram pensadas a partir dos fundamentos teóricos propostos pela Psicologia Escolar em uma perspectiva crítica, norteada por pesquisas e reflexões de Maria Helena Souza Patto acerca do conceito de fracasso escolar no Brasil, de importantes autoras que pensam criticamente a queixa escolar e de outros autores como Frantz Fanon, José Moura Gonçalves Filho e Moysés Kuhlmann Junior, nomes considerados como fundamentais na análise do material de campo. Como achados temos o entendimento de que as queixas escolares já surgem na Educação Infantil e que, em bairros populares, podem ser marcadas, significativamente, por fatores sociais e históricos que atravessam tal contexto. Pode-se dizer, também, que como espaço de aprendizagem e cuidado de crianças pequenas, ainda é marcado pelo disciplinamento moral sustentado pelo preconceito que permeia as relações entre educadores (as), as crianças pobres/negras e suas famílias. Espera-se, com essa pesquisa, contribuir com reflexões e práticas no campo da Educação Infantil. |