Memória institucional e gestão universitária no Brasil: o caso da Universidade Federal da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Matos, Maria Teresa Navarro de Britto
Orientador(a): Boaventura, Edivaldo Machado, Jardim, José Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/10976
Resumo: A memória institucional de natureza arquivística raramente está disponível de forma sistêmica e articulada para as instâncias decisórias das universidades federais brasileiras. A memória institucional dificilmente é percebida e compreendida como informação estratégica dotada de real valor decisório para as atividades de gestão e planejamento das instituições universitárias. Partindo do problema apresentado, o trabalho analisa e caracteriza os modelos de gestão das instituições universitárias federais, apontando e descrevendo os sistemas que prevalecem no seu atual contexto administrativo. O texto indica a tensão entre os sistemas decisórios que regem as atividades de gestão acadêmica e as atividades operacionais das universidades, pontuando e descrevendo uma distinção entre organização e instituição universitária, destacando, ainda, o perfil e as particularidades administrativas da UFBA no âmbito do sistema federal de ensino superior. À discussão são integradas e articuladas as noções de memória institucional, arquivo e informação de natureza arquivística. O trabalho de análise procurou revelar a dinâmica conceitual implicada na noção de instituição, desenvolvendo e apresentando o jogo de opostos entre o instituinte e o instituído, além de estabelecer e demonstrar a relação direta que mantém com a noção de memória. O trabalho destaca, ainda, a relação entre memória e informação estratégica, demonstrando a importância do documento arquivístico como unidade da memória institucional. Apresenta, em seguida, uma base conceitual com a finalidade de correlacionar a memória institucional com algumas concepções desenvolvidas a partir das características dos sistemas digitais e eletrônicos de informação. O propósito é proporcionar à tese forte base conceitual para o diálogo, indispensável, com as tecnologias digitais da informação e comunicação. Assim, o trabalho percorre os pólos do espírito humano descritos por Pierre Lévy, analisando as propriedades da memória em cada fase da evolução das tecnologias da inteligência. A tese caracteriza a instituição objeto do estudo de caso, sublinhando a gênese da Universidade da Bahia, a reestruturação da UFBA e os vestígios de ações empreendidas nos reitorados de Felippe Serpa, Heonir Rocha e Naomar Monteiro de Almeida Filho relacionadas à memória institucional e à memória organizacional. Aponta, também, as vantagens da estratégia metodológica escolhida, o estudo de caso, descrevendo e comentando o procedimento da pesquisa, desde a sua fase exploratória, destacando a investigação sobre os fluxos da informação arquivística e da memória institucional nas universidades federais brasileiras. Ainda na fase exploratória, apresenta uma descrição estrutural e funcional dos “lugares de memória” da UFBA. Em seguida aprofunda o problema, a hipótese, a verificação da hipótese, a população selecionada e os instrumentos de coleta de dados utilizados. Identifica e descreve as categorias de análise do questionário aplicado aos gestores da UFBA e que orientaram a interpretação das respostas. A análise é empreendida questão por questão, com diversas correlações entre as questões analisadas. São apresentadas tabelas e gráficos, o que permite uma rica leitura das informações coletadas junto aos gestores da UFBA. O trabalho se encerra discorrendo sobre algumas diretrizes para um sistema digital de memória estratégica e analisando o impacto administrativo (notadamente sobre a avaliação institucional e a autonomia da universidade) de uma memória institucional ativa, estruturada e orgânica.