A convergência tecnológica líquida no contexto da sala de aula: um recorte do ensino superior público baiano sob a ótica discente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Santos, David Moisés Barreto dos
Orientador(a): Burnham, Teresinha Fróes
Banca de defesa: Fialho, Francisco Antonio Pereira, Lucena Filho, Gentil José de, Oliveira, Eduardo David de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/14438
Resumo: Temos presenciado em nossa sociedade um fenômeno o qual denominamos convergência tecnológica líquida, caracterizado, em suma, por uma proliferação e coexistência de ciberinstrumentos móveis (\emph{notebooks}, \emph{netbooks}, \emph{tablets}, etc) e fluxo constante de informação. Este fenômeno está presente também nas salas de aulas universitárias, onde estudantes os têm usado, muitas vezes, ininterruptamente e, frequentemente, sem uma orientação pedagógica. Isso acaba por constituir um cenário desafiador no âmbito universitário. Neste sentido, o objetivo desta tese é investigar e discutir a relação da convergência tecnológica líquida no contexto da sala de aula a partir de um recorte da ótica de estudantes da educação superior pública na Bahia. Neste ínterim, fez-se mister também debater sobre a expressão convergência tecnológica, que é reconhecidamente polissêmica. Tendo como base a etnografia, realizamos observação participante em três turmas --- duas de graduação e uma de pós-graduação --- de três universidades diferentes, além da realização de entrevistas e questionários entre os estudantes. A partir de uma análise multidisciplinar destes recursos, com ênfase no mecanismo atencional, as \emph{principais} conclusões a que chegamos foram as seguintes: (1) o uso não estruturado de ciberinstrumentos por parte dos estudantes além de demonstrar não favorecê-los --- ou favorecê-los pouco ---, ainda pode prejudicá-los, principalmente em classes de graduação; (2) os pós-graduandos de nossa pesquisa demonstraram usar mais os ciberinstrumentos móveis para atividades relacionadas à aula do que os graduandos; (3) quando relacionadas à aula, as atividades se mostraram muito mais voltadas em prol do individual do que do coletivo; (4) embora jovens sejam notoriamente hábeis em atividades multitarefas, os graduandos revelaram uma maior dificuldade de concentração quando sua atenção está dividida, inclusive implicando negativamente em suas tarefas acadêmicas; (5) apesar disso, os estudantes acham essencial articular as aulas com o uso de tecnologias; (6) neste sentido, o método \emph{Problem-based Learning}, mesmo sem necessariamente dispor de uma orientação pedagógica para uso dos ciberinstrumentos móveis, demonstrou ser uma alternativa para lidar com o desafio da dispersão; (7) a construção de conhecimento em sala de aula tem acontecido de forma cada vez mais fragmentada por parte dos usuários de ciberinstrumentos móveis devido a sua atenção fluida que, com frequência, muda o foco atencional ou até mesmo sua concentração.