Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Mota, Luize da Silva Rezende da
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Orientador(a): |
Rêgo, Rita de Cássia Franco
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Banca de defesa: |
Rêgo, Rita de Cássia Franco
,
Lima, Verônica Maria Cadena
,
Müller, Juliana dos Santos
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho (PPGSAT)
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Departamento: |
Faculdade de Medicina da Bahia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39198
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Resumo: |
Introdução: O derramamento de petróleo na costa brasileira em 2019 é considerado o mais extenso desastre ambiental da história do Brasil. O estado da Bahia foi o quarto em quantidade de resíduos coletados e o primeiro com maior número de áreas de proteção marinhas atingidas. Os efeitos ecossistêmicos podem perdurar por décadas, além disso, o derramamento afetou severamente comunidades de pescadores artesanais, uma vez que as atividades de ordem econômica, de subsistência e cultural foram prejudicadas e as repercussões do derramamento intensificadas com a pandemia da Covid-19. A exposição aos componentes do petróleo pode estar associada aos sintomas neurológicos agudos e pouco se sabe sobre a relação de tais sintomas entre os pescadores que estiveram envolvidos nas atividades de remoção do petróleo e nas atividades de pesca. Objetivo: Investigar os sintomas neurológicos agudos relacionados à exposição ao petróleo em pescadores artesanais residentes em localidades afetadas pelo derramamento no estado da Bahia. Método: Foi realizada uma revisão de escopo para identificar as características dos estudos epidemiológicos que investigam os sintomas agudos de saúde em pessoas expostas a derramamentos de petróleo e foi realizado um estudo epidemiológico de corte transversal com dados de 959 pescadores artesanais residentes em áreas marinhas protegidas afetadas pelo derramamento de petróleo na costa da Bahia. A exposição ao petróleo foi avaliada por meio de métricas autorrelatadas, utilizadas para classificar os pescadores artesanais quanto ao grau de exposição, para isto, foi utilizada a Análise de Cluster com a técnica não-hierárquica k-Modas. Foi considerada como variável dependente presença de sintomas neurológicos de 1 a 3 meses após o início do derramamento. Para a modelagem desta variável foi utilizado um modelo de regressão logística e foi aplicado o método delta para a obtenção das razões de prevalência. Resultados: Foram realizados dois artigos, o artigo 1 foi a revisão de escopo em que foram selecionados 14 estudos, conduzidos entre os anos de 1993 e 2022, sendo que a maioria apresentou navios petroleiros como fonte de derramamento e dor de cabeça foi o sintoma mais frequente. No artigo 2, a maioria dos respondentes era do sexo feminino (n = 536; 55,89%), pardos (n = 493; 51,41%), com 1º grau completo/incompleto (323; 33,79%), residentes da RESEX Canavieiras (532; 55,50%) e considerou a pesca/mariscagem como trabalho principal (912; 95,10%). A média de idade dos participantes foi de 42,64 (desvio padrão de 10,64). O sintoma neurológico mais frequente foi “forte dor de cabeça ou enxaqueca” (368; 38,37%). A prevalência de sintomas neurológicos nos grupos de média e alta exposição, durante a pesca/mariscagem, foi de 1,7 e 3,3 vezes, respectivamente e a exposição na remoção foi de 2 e 2,5 vezes para os grupos médio e alto, respectivamente. Conclusão: a revisão proporcionou uma visão abrangente dos estudos epidemiológicos que investigam sintomas agudos de saúde em indivíduos expostos a derramamentos de petróleo e os resultados oferecem uma base sólida para orientar pesquisas futuras. Foi possível observar que participar das atividades de remoção e de pesca no período do derramamento aumentou a prevalência de sintomas neurológicos, no período de 1 a 3 meses após o derramamento. |