CAMPESINATO ESPREMIDO: a produção do espaço e a reprodução da vida às margens da BR-420.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Jesus, Aila Cristina Costa de lattes
Orientador(a): Germani, Guiomar Inez lattes
Banca de defesa: Germani, Guiomar Inez lattes, Lima, Aline dos Santos lattes, Freitas, Hingryd Inácio de lattes, Souza, Suzane Tosta lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO) 
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41035
Resumo: Em todo o Brasil, há produções agrícolas e pecuárias às margens das rodovias. Trata-se de atividades desenvolvidas nas denominadas “faixas de domínio”, que, institucionalmente, compreendem as terras pertencentes ao Estado Brasileiro. Para as mulheres e os homens que fazem uso das margens das rodovias para plantar e criar, as faixas de domínio são conhecidas como “beira de estradas” ou “beira de pistas”. São sujeitos espremidos entre as rodovias e as cercas. Nesse contexto, a presente dissertação buscou compreender as formas de reprodução social desenvolvidas pelos camponeses espremidos, que produzem às margens da rodovia federal BR-420 no Território de Identidade Vale do Jiquiriçá, e sua relação com a Questão Agrária. Metodologicamente, realizamos uma abordagem qualitativa, com levantamento bibliográfico, levantamento de dados secundários, pesquisa documental, e a realização de trabalho de campo com entrevista semiestruturada, registro fotográfico e georreferenciamento para mapeamento/representação espacial. Assim, podemos apontar que a agricultura na beira da pista é fruto da expropriação, da concentração fundiária e da permanência da Questão Agrária no Brasil. Isso significa que as produções agropecuárias, extrativistas e marginais nas beiras de pista, às margens das rodovias federais, são expressões do processo histórico de (não) acesso à terra no Brasil. Essas atividades se materializam nas faixas de domínio, onde os camponeses, em condições de precariedade, buscam garantir sua reprodução social, espremidos entre a propriedade privada e as rodovias federais e estaduais. A prática da agropecuária de beira de pista não assegura autonomia suficiente para viver, no entanto, são práticas dotadas de campesinidades que refletem, em certa medida, as trajetórias de famílias camponesas expropriadas da terra.