Cepas de Leishmania braziliensis com perfis genômicos diversos induzem processos inflamatórios diferentes em camundongos Balb/c

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Teixeira, Maria Jania
Orientador(a): Barral, Aldina Maria Prado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/10082
Resumo: Dois artigos científicos resumem o presente estudo. No primeiro, é mostrado que duas cepas de L. braziliensis, isoladas de pacientes de diferentes Estados (Ceará e Bahia), são geneticamente diferentes e apresentam processos patológicos distintos em camundongos BALB/c. No segundo trabalho é demonstrada uma correlação entre padrões de expressão de quimiocinas, induzidas por estas duas cepas de L braziliensis, com a formação de lesão e a atração de leucócitos para o sítio inflamatório. O terceiro trabalho é uma revisão sobre o papel das quimiocinas e receptores de quimiocinas nas interações parasito-hospedeiro em leishmaniose. Em particular, a revisão focaliza os estudos que contribuíram para a compreensão sobre quimiocinas na infecção por leishmania. Os principais achados desses estudos são: 1. A L. braziliensis H3227 do Ceará apresentou genótipo diferente da L. braziliensis BA788 da Bahia, demonstrado por RAPD. 2. A cepa H3227 levou ao desenvolvimento de lesões pequenas que se resolveram, enquanto BA788 não causou lesões em camundongos BALB/c. 3. Em ambos os grupos de camundongos, a carga parasitária não diferiu significativamente no sítio de infecção e começou a reduzir com 30 dias de infecção. Nos linfonodos drenantes, entretanto, o número de parasitos aumentou durante o decorrer do estudo. 4. Após a inoculação do parasito, a cepa BA788 pareceu ativar mais precocemente uma reposta mais intensa tipo Th1. Camundongos infectados com BA788 produziram níveis mais altos de IFN-γ, o que se correlacionou com um maior número de células NK nas lesões destes animais. 5. Numa fase mais tardia, camundongos infectados com H3227 produziram mais IL-12p70 e IL-10 no sobrenadante de células recuperadas dos linfonodos. Esta regulação da produção de IL-10 coincidiu com o pico máximo do desenvolvimento da lesão e da carga parasitária nestes animais. 6. As maiores lesões causadas por H3227, em camundongos BALB/c, foi diretamente correlacionada com o aumento progressivo da reação inflamatória, mas não com a carga parasitária. 7. A expressão mais precoce e intensa das quimiocinas CCL2/MCP-1, CCL3/MIP-1α, CXCL1/KC, CCL11/eotaxina, XCL1/linfotactina e dos seus respectivos receptores correlacionou-se com o maior influxo de leucócitos para as lesões induzidas por H3227 e com o aumento do processo inflamatório observado nos camundongos infectados com esta cepa, após 15 dias de infecção. 8. As diferenças observadas no processo inflamatório estavam correlacionadas com a virulência do parasito, uma vez que a cepa mais patogênica H3227 mostrou-se um recrutador mais potente de todas as células observadas no sistema do bolsão inflamatório, do que a menos patogênica BA788. Em conclusão, os achados apresentados aqui indicam que duas cepas de L. braziliensis geneticamente diferentes, embora apresentem carga parasitária semelhante no sítio de inoculação, podem estabelecer processos patológicos distintos e induzir expressão de quimiocinas em diferentes tempos e/ou intensidades, levando ao recrutamento diverso de células e respostas inflamatórias diferenciadas que poderiam finalmente estar envolvidas em diferentes apresentações da doença.