"Gig"economy e empreendendorismo: uma visão crítica do capitalismo de "plataformas"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lins, Vinícius Ferreira lattes
Orientador(a): Filgueiras, Vitor Araújo
Banca de defesa: Filgueiras, Vitor Araújo, Sampaio, Nuno Jorge Rodrigues Teles, Dutra, Renata Queiroz, Rech, Lucas Trentin, Kalil, Renan Bernardi
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGECO) 
Departamento: Faculdade de Economia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36658
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar o papel do capitalismo de “plataformas”, em especial a categoria “gig” economy, na organização do trabalho. Procura-se saber que papel legam ao trabalhador e em que medida influenciam na centralidade do trabalho para a produção. Para isso, busca-se, em um primeiro momento, compreender o contexto em que surgem e se consolidam as “plataformas digitais de trabalho”, as características operacionais de suas distintas formas e seus impactos no processo de trabalho. É dada ênfase à denominada “gig” economy pela abrangência e heterogeidade dessa categoria. Em um segundo momento, analisa-se a noção de empreendedorismo, sua gênese teórica e como se converte na retórica das “empresas-aplicativo” e de muitos trabalhadores e trabalhadoras. Mostra-se como esse discurso tem profundas raízes na construção deliberada de uma nova subjetividade do trabalhador, associada ao que se denomina “racionalidade neoliberal”. Tendo por marco teórico a teoria do valor, mostra-se, a partir do duplo caráter do trabalho, como a sociedade está estruturada pela produção do valor e o papel das “plataformas digitais de trabalho” nesse processo. Argumenta-se como o trabalho por “plataformas” não apenas não traz uma mudança na estrutura das relações do trabalho, mas renova e rafitica velhas formas de subordinação em formato digital. Além disso, as plataformas são nada mais do que meios de produção, o que não justifica um tratamento diferenciado, em nenhum sentido, para as empresas que as utilizam. Por fim, discute-se que o aumento da produtividade bem como o desenvolvimento da tecnologia e da automação não apenas não eliminam o trabalho vivo, que permanece central, como podem contribuir para deteriorar as condições de trabalho.