Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Duprat, Luisa |
Orientador(a): |
Aquino, Rita Ferreira |
Banca de defesa: |
Irineu, Bruna,
Guimarães, Daniela |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
ESCOLA DE DANÇA
|
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DANÇA
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33929
|
Resumo: |
Através de experiências artísticas recentes, com o foco especial na performance “Cualquiera! Cualquer cosa sobre todo em mi”, traço uma relação entre o conceito de heterossexualidade, sob amparo teórico da pesquisadora afrodominicana Ochy Curiel, e possíveis resistências criativas, inspiradas em estéticas pornoterroristas, materializadas no trabalho da performer e poeta Diana Torres. Levando em consideração o fato de o período colonial ter sido de fundamental importância na construção heterossexual e racista do imaginário de nação, faz-se necessário que a tessitura epistemológica deste texto passe por uma mirada negra e sapatão, sob compreensão de que os saberes corporificados provindos dessas existências são de fundamental importância na destruição de imaginários coloniais. O corpo é aqui estendido ao erótico, atravessando saberes, e corporificando vinganças anticoloniais, materializadas em criações artísticas, imersas no contexto da arte drag queen, da performance e do movimento. O conceito de erotismo é trabalhado sob duas perspectivas distintas, desvelando a desincorporação do saber científico moderno, cuja eficiência repousa em uma neutralidade masculina e branca. O corpo como marcação e demarcação de discurso, é evidenciado quando a escritora americana caribenha Audre Lorde, mulher negra, lésbica, mãe, artista, ativista e poeta e o filósofo francês Georges Bataille, homem branco, heterossexual, antropólogo, sociólogo e escritor, são postos em relação, evidenciando as diferenças decorrentes das formulações teóricas em torno do conceito de erótico, sob a perspectiva de cada autor. Metodologicamente, a prática artística desenvolvida ao longo da pesquisa é a responsável pela condução da investigação, levantamento de dados, organização do material levantado e consideração do corpo como produtor de conhecimento. Criada durante este processo de pesquisa, a performance “Cualquiera! Cualquer cosa sobre todo en mi” costura este texto em termos de visualidade, de metáfora, de encarnação do trauma e da violência, de organização corporal e composição estética da violência sofrida, do expurgo da imagem colonial e da formulação de vinganças. Pude experimentar uma série de vinganças compartilhadas e mover na direção do encontro, percebendo a força do espaço e tempo compartidos entre existências distintas que, no momento justo da suspensão, se encontram em suas feridas. |