A concordância verbal no português falado em Feira de Santana - BA: sociolingüística e sócio-história do português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Araujo, Silvana Silva de Farias
Orientador(a): Lucchesi, Dante
Banca de defesa: Lucchesi, Dante, Almeida, Norma Lúcia Fernandes de, Silva, Jorge Augusto Alves da, Baxter, Alan Norman, Mota, Jacyra Andrade
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27830
Resumo: Esta tese tem por objetivo central discutir a formação e a caracterização atual da realidade sociolinguística brasileira, tomando como tema específico o uso variável da concordância verbal com a terceira pessoa do plural, no português falado em Feira de Santana, município do interior da Bahia, estado da região Nordeste do Brasil. Parte-se do princípio de que as variedades populares do português brasileiro caracterizam-se por uma extrema redução na sua morfologia flexional, motivada por questões sócio-históricas, sendo a principal delas o contato entre línguas, resultante da importação de um enorme contingente populacional de africanos escravizados por três séculos no Brasil e relegados a um perverso sistema de exclusão social ao longo da história brasileira. Acredita-se que tais condições sociais repercutiram significativamente na estrutura da língua portuguesa, fazendo com que houvesse uma bipolarização de normas linguísticas no Brasil, com um polo que abriga as variedades cultas, estas mais próximas da norma-padrão, e outro que abriga as variedades populares, marcadas, como se expôs acima, por processos de extrema redução na sua morfologia flexional. Nesse sentido, com este estudo, investigou-se, com os pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista, bem como de estudos sócio-histórico-demográficos da comunidade de fala pesquisada, como se encontram distribuídos os dois polos sociolinguísticos em Feira de Santana. Foi analisado um total de 48 entrevistas, sendo 36 da norma popular (12 gravadas na zona rural e 24 na zona urbana) e 12 da norma culta urbana. Constatou-se que, não obstante as contínuas mudanças ocorridas no Brasil a partir do século XX, ainda há uma bipolarização de normas no português falado em Feira de Santana. Essa constatação empírica foi interpretada como um reflexo da polarização sociolinguística que ainda caracteriza a sociedade brasileira na atualidade (LUCCHESI, 2001, 2002 e 2006).