Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Tatiana Silva
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Orientador(a): |
Misi, Aroldo
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Banca de defesa: |
Misi, Aroldo
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Marques, Juliana Charão
,
Boggiani, Paulo Cesar
,
Leite, Carlson de Matos Maia
,
Cruz, Simone Cerqueira Pereira
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia (PGGEOLOGIA)
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39028
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Resumo: |
No Nordeste da Bahia são encontradas importantes sucessões metassedimentares associadas ao Cráton do São Francisco. São corpos alongados N-S e NW-SE, intrudidos por granitoides e metamorfizados nas fácies xisto -verde a granulito. Destacam-se as sucessões siliciclásticas, pelíticas e químicas como mármores, calcissilicáticas, quartzitos, grafita-xistos, formações ferríferas e rochas aluminosas do Complexo Tanque Novo – Ipirá (TNIC), da região do Vale do Jacurici (JV) e do Complexo Rio Salitre (RSC). No TNIC os mármores e calcissilicáticas são hospedeiras de mineralizações primárias de fosfato (apatita) disseminada com teores de P2O5 de até 3,2%. Apesar do metamorfismo é possível identificar registros das assinaturas primárias a partir do comportamento dos elementos terras-raras e ítrio. Quando normalizadas para o Folhelho Pós- Arqueano (Post-Archean Australian Shale), são marcadas por padrões depletados de elementos terras-raras leves, anomalias negativas verdadeiras de Ce, anomalias positivas de Y e Gd. As anomalias de Eu são variáveis e herdadas da composição da fonte ou alteradas por fluidos metassomáticos. A formação das sequências carbonáticas do TNIC e JV ocorreram em margem continental de um paleooceano e em um mar aberto, ambos com inputs continentais, provenientes das margens ou de arcos magmáticos. Enquanto no RSC estão relacionadas com um mar aberto desenvolvido em rifte continental. As excursões positivas δ13C em mármores do TNIC possuem valores entre +6,13 a + 7,36%. Duas amostras apresentam δ13C de +9,38 a +9,69 e uma amostra com δ13C negativo (- 5,72%) foi modificada por efeitos metassomáticos em zona escarnítica. No RSC os mármores também apresentam excursões δ13C de +5.38 e +6.78%. Os dados isotópicos de δ13C são similares aos de carbonatos marinhos da Formação Paso Severino (Uruguai), com δ13C de +9,0%. O evento global Lomangudi-Jatuli (~2,3 a 2,1 Ga) possui excursões positivas de δ13C entre +5 e +10% em carbonatos marinhos de diversos crátons mundiais de idade paleoproterozoica que abrigam mineralizações de fosfato, como o Cráton Rio de La Plata (Argentina), o Complexo Slyudyanka (Rússia) e os mármores do Vale do Jacurici no Cráton do São Francisco. A idade máxima de deposição do TNIC é de 2128 Ma (U/Pb – LA-ICPMS) obtida em quartzito da sequência metassedimentar superior. Desta forma, as deposições de fosfato e ferro de origem continental, estão associadas como registros de maior taxa de oxigenação da atmosfera e oceanos e atividade biogênica, sendo compatíveis com as mudanças paleoclimáticas ocorridas no Paleoproterozoico. As sequências carbonáticas foram precipitadas no final do Grande Evento de Oxigenação da Terra e no final do evento Lomangudi-Jatuli, depois da quarta e última (2,2 Ga) de uma série de glaciações iniciadas em 2,42 Ga. Os mármores são correlacionáveis com as rochas metassedimentares no terreno do Vale do Jacurici e Complexo Rio Salitre quanto às condições paleoambientais, à origem marinha e às mineralizações de fosfato . Esses dados são compatíveis com o evento fosfogenético mais antigo em bacias paleoproterozoicas e registram a oxigenação atmosférica e oceânica. |