Estudo químico e atividades biológicas dos frutos de tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Mathias, Caroline de Souza
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5096953852656814
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Química
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6393
Resumo: O gênero Astrocaryum é composto por 40 espécies, destacando-se as espécies Astrocaryum aculeatum conhecido como tucumã-do Amazonas e Astrocarym vulgare, tucumã-do-Pará. O tucumã-do-Amazonas apresenta frutos consumidos na alimentação humana em grande quantidade na Amazônia. O fruto possui várias variedades, é oleaginoso e sua polpa pode variar de cor amarelo à alaranjada, sendo consumida de diversas formas, como in natura, recheios de sanduiches e tapiocas, sorvetes, dentre outros. Cerca de 60% do fruto é tratado como resíduos e descartados sem dar uma funcionalidade tanto para o homem quanto para o meio ambiente. O presente estudo teve como objetivo analisar a composição química e atividades biológicas de duas variedades de Astrocaryum aculeatum, conhecidas como tucumã-arara (TA) e tucumã-comum (TC). Foram realizadas extrações de óleo essencial das duas variedades da polpa dos frutos de tucumã-do-Amazonas, sendo as classes presentes nos óleos: hidrocarbonetos, aldeídos, cetonas, ésteres, fenilpropanóides, terpenos e os ácidos carboxílicos que apresentaram a maior porcentagem presente nos óleos, sendo o constituinte majoritário do tucumã-arara e tucumã-comum o ácido cis-9-octadecenóico (23,19%) e o ácido-(E)-docos-13-enóico (29,89%), respectivamente. As análises físico-químicas foram realizadas com o óleo extraído com solvente (hexano) do epicarpo (casca) dos frutos. Na análise de estabilidade oxidativa, os valores apresentados pelo TA (24,25 h) e TC (9,24 h) demostraram que os mesmos não degradam com facilidade. Em relação ao índice de acidez, o TC (27,72±0,38 mg KOH/g) apresentou um maior valor em relação ao TA (15,08±0,61 mg KOH/g). Esses valores apresentados pelo índice de acidez foram superiores ao recomendado para o consumo que é de 10 mg KOH/g para óleos de palma. Os valores do índice de saponificação para o TA foi de 163,92±2,42 mg KOH/g e para o TC foi de 167,90±3,46 mg KOH/g. Os valores de densidade das variedades foram semelhantes, 0,912 g/mL para o TC e 0,911 g/mL para o TA. Foram realizados testes para atividades antioxidantes quantitativamente e qualitativamente nos extratos hidroalcoólicos (6:4), metanólicos e etanólicos dos epicarpos das duas variedades. Os resultados foram positivos para todos os extratos no teste qualitativo, com isso, foram realizados o quantitativo, no qual os extratos que apresentaram os melhores resultados foram os hidroalcoólicos com porcentagem de inibição de 78,63 % do TA e 79,36% do TC. O CI50 também foi realizado e o extrato hidroalcoólico foi o que apresentou a melhor concentração, com 59,11 μg/mL para o TA e 57,24 μg/mL para o TC. A atividade antimicrobiana foi testada com os extratos alcoólicos dos epicarpos e apresentaram resultados negativos para todas as cepas testadas. A análise por espectrometria de massas foi realizada com os extratos do epicarpo no modo positivo por ESI e APCI e modo negativo por ESI e nas partições AcoEt dos extratos do endocarpo no modo negativo por ESI. Os íons majoritários do epicarpo por ESI [M+H]+ foram o m/z 138, identificado como um alcaloide chamado trigonelina e m/z 219 como glicose com aduto de potássio [glicose+K]+. No APCI [M+H]+, foi identificado a catequina, como um dos majoritários, com m/z 291. Por ESI [M-H]- o majoritário do tucumã-comum foi o íon m/z 133, referente a um fenólico, conhecido como 3-hidroxicumarina e o majoritário do tucumã-arara foi o m/z 179, conhecido como ácido caféico. No espectro de massas do endocarpo (caroço) por ESI [M-H]-, um dos íons majoritários é o íon m/z 137, referente ao p-hidróxibenzóico e ácido salicílico, já que são isômeros.