"Gosto mais de tá no rio, pegar banzeiro...": elementos para constituição da identidade de lugar em crianças de uma comunidade do Amazonas
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Centro de Ciências do Ambiente Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8735 |
Resumo: | A identidade de lugar (IdL) é um aspecto revelador do modo como a pessoa interage com o ambiente. É construída a partir da relação pessoa-ambiente e abarca uma complexa rede tecida por aspectos cognitivos, afetivos, aptidões comportamentais, experiências, aspectos culturais, relações interpessoais e a dimensão temporal. Quanto mais significativa a IdL, mais as pessoas se tornam favoráveis a adoção de práticas de proteção e cuidado ambiental. Assim, o estudo da IdL contribui na proposição de intervenções que otimizem relações pessoa-ambiente mais sustentáveis desde a infância. Por ser um conceito novo, há muito a ser pesquisado, em particular como tudo isso vai sendo construído ao longo dos anos. Assim, o objetivo geral deste estudo foi compreender as implicações da relação criança-ambiente na constituição da identidade de lugar na Comunidade São Francisco, Careiro da Várzea- AM. Para tanto, os objetivos específicos foram: a) Caracterizar o cotidiano da criança a partir da relação com o ambiente ribeirinho da várzea; b) Identificar o uso social dos espaços pelas crianças e c) a Verificar aspectos da identidade de lugar na conduta de cuidado ambiental do lugar. Tal compreensão fundamentou a elaboração de um modelo de IdL a partir da pesquisa teórica e empírica presente neste estudo. Para tanto foi realizado uma pesquisa exploratória com abordagem multimétodos. A primeira fase da pesquisa consistiu na aplicação da técnica de associação livre de palavras sobre os lugares frequentados na comunidade. A segunda etapa da pesquisa, consistiu na aplicação da técnica do desenho dirigido e entrevista. O protocolo da entrevista semiestruturada foi elaborado com questões abertas e fechadas sobre aspectos que caracterizam o modo de viver na comunidade e sobre as práticas ecológicas. Os dados possibilitaram conhecer lugares de maior afinidade (escola, casa e igreja), lugares de menor afinidade chato (nenhum) e lugares de menor afinidade perigosos (rio/lago, caminhos e mato); as categorias de percepção do cotidiano foram classificadas em habitual, singular e de diligência. A análise dos dados coletados revelou a necessidade de proposição de um novo modelo de IdL, é constituído por cinco dimensões entrelaçadas entre si – ambiental, interpessoal, cultural, pessoal e temporal. A partir desse modelo, verifica-se que a IdL das crianças está fortalecida nas dimensões interpessoal, pessoal, cultural, porém a dimensão ambiental pode ser estimulada. A inserção de aparatos e serviços que estão mais presentes e são próprios de outros lugares pode conferir à comunidade mais força de avaliação positiva. As crianças conseguem perceber o lugar onde vivem, estabelecem vínculos objetivos e subjetivos, reconhecem as peculiaridades do lugar e como se relacionam com ele nas diversas dimensões que vão forjando a IdL. No entanto, essa construção deve ser mantida tanto para o cuidado de si, dos outros e do próprio lugar. |