Da capoeira à prateleira: etnografia da produção de artefatos para a venda no Centro de Artesanatos Torü Cuagüpa Ta da comunidade Bom Caminhoũ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Chris Lopes da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4225578759044798
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Museu Amazônico
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3915
Resumo: Este trabalho pretende descrever o circuito da produção de artefatos no Centro de Artesanatos , procurando mostrar como um grupo da etnia Ticuna Torü Cuagüpa Taũ transforma e insere sua produção artesanal na economia de mercado, destacando os aspectos de dominação e autonomia pertinentes nesse processo. O Centro fica localizado na aldeia Bom Caminho, município de Benjamin Constant, na tríplice fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. O povo Ticuna possui uma forte tradição cultural de fabricação de artefatos. A memória coletiva reproduz que no surgimento da humanidade, e os heróis culturais, e suas irmãs e Ipi, Mowatcha Yoi‟i , teciam artefatos enquanto estavam no joelho de e, ao tocarem a AikünaNgutapa terra, trouxeram consigo os primeiros objetos. No mundo material, até a década de 80, a produção de artefatos em Bom Caminho seguia a tradição cultural para atender ao contexto doméstico e manter pequenos circuitos de trocas estabelecidos pelas relações interétnicas. Por meio de projetos integradores e outros alicerçados no discurso do desenvolvimento sustentável a produção foi e vem sendo incentivada para o mercado, modificando a economia tradicional. O artesão enquanto agente social integra uma categoria de trabalho exterior à sua cultura, potencializada pelo pensamento econômico hegemônico. Entretanto, os artesãos do Centro de Artesanatos desessencializaram esta categoria assumindo a identidade Ticuna. Enquanto grupo étnico, construíram uma rede de relações de fronteiras étnicas embasada num tipo especial de consumo, onde mercadorias e pessoas circulam e possuem vida social.