Os serviços de proteção à mulher contra violência intrafamiliar atendidas no CREAM em Manaus - Amazonas
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10303 |
Resumo: | A violência intrafamiliar contra mulher ainda é um fenômeno complexo, indo além do âmbito familiar e se estendendo por vários setores da sociedade. Desse modo, esta pesquisa concentra- se na análise dos serviços de proteção à mulher contra a violência intrafamiliar, fornecidos pela equipe multiprofissional que atua no Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher - CREAM em Manaus Estado do Amazonas, por fazer parte das políticas públicas preventivas. Os objetivos dessa pesquisa são: avaliar os serviços de proteção à mulher contra a violência intrafamiliar prestados pelo CREAM em Manaus, identificar os tipos de violência sofrida pelas mulheres atendidas, analisar as possíveis causas da violência e os serviços ofertados pelos profissionais, investigar o tratamento dado aos agressores e examinar a eficácia da articulação da equipe técnica do CREAM com a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. O percurso teórico metodológico da pesquisa envolveu abordagem bibliográfica, documental com aportes qualitativos, sem excluir os dados quantitativos, onde sua coleta se deu a partir da pesquisa de campo, tendo como lócus o CREAM, por ser um equipamento que faz parte da rede de enfrentamento a violência contra mulher em Manaus. Para alcançar os objetivos propostos utilizou-se como instrumento de investigação, entrevista semiestruturada com 10 (dez) sujeitos femininos vítima de violência intrafamiliar que são assistidas no CREAM e 05 (cinco) profissionais que atuam no CREAM, sendo 02 (duas) assistentes sociais, uma de cada turno, 01 (uma) psicóloga 01 (uma) advogada e 01 (uma) pedagoga. Todos esses sujeitos são identificados por nomes fictícios para atender os critérios éticos da pesquisa. Quanto aos múltiplos resultados apresentados, o referido estudo aponta vários serviços especializados ofertados em um só equipamento, a importância da rede protetiva, os entraves de alguns serviços, a falta de outros serviços para a eficácia das articulações em rede. Verificou-se ainda, as relações desiguais de poder atrelados no âmbito intrafamiliar contra a mulher, os quais levam as diferentes formas de violência praticadas pelo sujeito masculino contra o sujeito feminino. Os resultados da pesquisa revelam dados significativos sobre os atendimentos realizados pela equipe do CREAM, a dinâmica da violência contra mulheres e os serviços necessários para enfrentá-los. A investigação sobre o tratamento dado aos agressores e os serviços destinados ao ajustamento de comportamento violento, forneceu informações cruciais sobre o ciclo da violência sofrida pela mulher e as estratégias para rompê-las. A ênfase na responsabilização dos agressores é fundamental para a prevenção da reincidência de violência e a promoção das relações saudáveis. Em que aponta as configurações socioculturais, as quais são permeadas por conflitos de papéis socialmente construídos, sobre uma égide patriarcal, machista e capitalista. Desvelando opressões, dominações constrangedoras onde a mulher está inserida, na escuta pública e doméstica, no qual seus algozes em sua maioria são seus companheiros. Destaca-se que as mídias sociais se tornaram vetores informativos referente as tipificações de violências e submissões da mulher em sua relação intrafamiliar. No qual, entre as causas que levam as mulheres a se manterem ou estarem submissas ao homem é a dependência financeira, levando-as a permanecer em convivência conflituosas com seus agressores, pelas violências psicológicas que sofrem diariamente. Conclui-se que, as políticas públicas são insuficientes para a alta demanda dos atendimentos no CREAM, e por isso vários serviços acabam sendo focalizados e segmentados quando são ofertados por alguns profissionais. Contudo, ressalta-se, a ausência de recursos humanos e a sobrecarga das profissionais que atuam no CREAM, pois, apesar de constar leis que criminalizam quaisquer violências contra a mulher, ainda há um longo caminho a ser trilhado, principalmente pelos profissionais despreparados para atuarem nos equipamentos, ofertando qualidade de acesso e prestação de serviços concretos, sem fragilizar as tentativas de rompimento do ciclo vicioso da violência que muitas mulheres ainda são submetidas. |