Ação saberes indígenas na escola: alfabetização e letramento com conhecimentos indígenas?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Luciano, Rosenilda Rodrigues de Freitas
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/1083175612574901
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Educação
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7489
Resumo: A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas – FACED/UFAM, sob o título “Ação Saberes Indígenas na Escola: Alfabetização e letramento com conhecimentos indígenas?”. O objetivo foi analisar como os saberes indígenas são abordados nas práticas pedagógicas no âmbito do projeto “Ação Saberes Indígenas na Escola – ASIE”, coordenado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). A pesquisa debruçou-se sobre a inserção dos saberes indígenas na escola indígena a partir das experiências desenvolvidas nos Cursos de Formação Continuada de docentes indígenas alfabetizadores. O trabalho contextualiza a alfabetização e o letramento na Educação Escolar Indígena, evidenciando o histórico processo de exclusão dos conhecimentos indígenas. A pesquisa discute a proposta de alfabetização e de letramento das crianças indígenas, tendo por base os conhecimentos indígenas na perspectiva pedagógica da organização comunitária, do multilinguismo e da interculturalidade. A metodologia adotada é a etnografia institucional (ESCOBAR, 2007), apoiada por técnicas de pesquisa e análise dos documentos orientadores e instituidores da ASIE/UFAM, dos planos de ensino e relatórios dos formadores, dos relatórios finais da coordenação, dos registros das experiências docentes pela pesquisadora como formadora da ASIE/UFAM e dos materiais didáticos produzidos pelos cursistas durante as etapas formativas. Do ponto de vista institucional, os estudos e as pesquisas indicaram que a experiência foi teórica e pedagogicamente muito inovadora, socialmente relevante e legitimada, mas com muitas fragilidades e limitações metodológicas e gerenciais. Do ponto de vista dos instituintes (povos indígenas), os resultados mostraram que a proposta é a inversão da escola colonizante ao trazer os etnoconhecimentos como base para promover a alfabetização e os letramentos indígenas, com o diferencial de não excluir os saberes não indígenas, mas de articulá-los no propósito de fortalecimento da diversidade étnica-cultural envolvida no ambiente escolar. Quanto à escolarização dos saberes indígenas tendo como base os planos de ensino, o aporte teórico ainda valoriza muito os conhecimentos científicos não indígenas. A metodologia utilizada não corrobora na totalidade com aspectos importantes da proposta como a efetiva participação dos sábios e conhecedores da ciência indígena. As inovações percebidas a partir do único material didático publicado e dos não publicados, revelam a valorização dos métodos científicos não indígenas baseados na pedagogia freireana da escrita, não aparecendo no material a utilização das pedagogias indígenas oralizadas. A pesquisa conclui que a tentativa de aproximação dos saberes indígenas vem efetivando-se e apresenta resultados positivos seja na formação do professor, seja na produção de material didático, porém cercada de desafios que vão desde a formação específica do formador, perpassando por desafios de ordem técnicas-administrativas e chegando até o tratamento ou o (des)tratamento didático dispensado aos materiais construídos. O maior desafio continua sendo de ordem administrativa, política e financeira que neutralizam ou mesmo inviabilizam iniciativas bem-intencionadas e conceitualmente bem desenhadas.