Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Patté, Woie Kriri Sobrinho |
Orientador(a): |
Bergamaschi, Maria Aparecida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/265463
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Resumo: |
A presente dissertação se propõe a compreender e a contribuir para dar uma direção aos caminhos que precisam ser tomados nos processos de construção da Escola Indígena de Educação Básica Laklãnõ/Xokleng. A pesquisa foi desenvolvida junto aos kuzó, aos professores(as) e alunos(as) na Terra Indígena Ibirama Laklãnõ, SC, por um pesquisador que pertence a este povo, que é professor bilíngue e que está preocupado em direcionar a escola indígena pelo caminho da autonomia, para que se torne uma escola específica, diferenciada, que ajude o povo e não destrua a sua cultura. É a contribuição de um pesquisador Xokleng na RETOMADA da educação tradicional, constituída pelos saberes ancestrais na construção de uma escola que seja mais adequada para o povo Laklãnõ/Xokleng. O objetivo principal desta pesquisa é compreender a educação escolar Xokleng e, por meio dos aconselhamentos das pessoas mais velhas, lançar diretrizes que apontem caminhos para uma Escola Específica e Diferenciada – ou seja, a retomada da escola a partir da sabedoria ancestral Xokleng. Com esta dissertação quero mostrar às secretarias de educação que existem caminhos específicos para uma escola indígena de verdade, sustentados por leis que foram conquistadas pelas lutas dos povos, como a Constituição Federal de 1988, leis que reconhecem que a escola deve funcionar na terra indígena para fortalecer o povo e de acordo com as decisões da comunidade, sempre no sentido de respeitar a cultura daquele grupo. Na elaboração deste trabalho acadêmico faço uma tradução do que aprendi ao longo da minha vida por meio da oralidade, por meio da própria existência junto com meu povo. Faço uma escrita que tem os traços da oralidade, pois quero contar aqui sobre a minha vida, sobre a história do meu povo, que aprendi na vivência coletiva. Fiz também uma pesquisa de campo, em visitas a pessoas mais velhas e à escola, em rodas de conversa junto com os colaboradores desta pesquisa. Como faço parte do povo Laklãnõ/Xokleng não tive dificuldade em realizar estes movimentos, falar e escutar, usando principalmente a nossa língua originária. Para compreensão da temática em estudo, assim como para análise dos dados, também houve a necessidade de aprofundamento bibliográfico, em que foram realizadas leituras de autores do povo Xokleng. Os resultados desta pesquisa indicam que não há ainda uma unidade construída acerca de qual é a melhor maneira de fazer uma escola que seja totalmente diferenciada, porque há uma dificuldade de aceitar a educação como sabedoria própria do provo Laklãnõ por parte da Secretaria de Educação de Santa Catarina, que impõe regras da escola do branco. Este trabalho é mais uma tentativa de dizer para os gestores públicos da educação escolar que precisam aceitar os conhecimentos, os processos próprios de aprendizagens, os saberes tradicionais na escola, junto com os demais saberes, juntos complementando a educação desenvolvida na escola. |