Estudos químicos de extratos bioativos de piquiá (Caryocar villosum (Aubl.) Pers.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Maciel, Karen Medeiros
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8305388975193865
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Química
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6665
Resumo: Os resíduos de frutos amazônicos são fontes promissoras de constituintes químicos e metabólitos que são responsáveis por diversas atividades biológicas. Muitas dessas substâncias são capazes de inibir o crescimento de microorganismos causadores de doenças infecciosas. Dentre esses frutíferos, o piquiá (Caryocar villosum) é um fruto nativo da Floresta amazônica, uma espécie pertencente à família Caryocaraceae, bastante apreciado por sua polpa carnosa e ótima qualidade de sua madeira. Estudos recentes descrevem substâncias bioativas em extratos etanólicos e hidroalcoólicos de cascas e sementes que possuem atividades antioxidantes, enzimáticas e capacidade fotoprotetora. O presente trabalho estudou a composição química dos extratos bioativos de cascas e sementes de piquiá. Após limpeza, secagem e trituração, as cascas e sementes pulverizadas foram extraídas por maceração e Soxhlet com etanol e, comparativamente, com solventes de polaridade crescente (hexano, acetato de etila e metanol). Os extratos etanólicos foram submetidos à partição líquido-líquido com hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol. Todos os extratos e frações foram submetidos a testes na Fiocruz para avaliação da atividade antibacteriana pela técnica de difusão em ágar contra bactérias Gram positivas e negativas e para avaliação antiplasmódica por citometria de fluxo. Em testes de atividade biológica, a fração FASP mostrou-se moderadamente ativa frente às bactérias Staphylococcus aureus (12 mm), Staphylococcus aureus resistente à meticilina (12 mm) e Shigella flexneri (15 mm), enquanto que as amostras FHCP, EMCP, EMSP e EECP apresentaram baixa atividade frente à bactéria Shigella flexneri com halos de inibição 11 mm, 11 mm, 10 mm e 9 mm, respectivamente. Na avaliação antiplasmódica apenas o extrato EACP apresentou inibição significativa do parasita Plasmodium falciparum, com porcentagem de inibição parasitária acima de 60% em todas as concentrações testadas. O estudo fitoquímico das amostras bioativas foi realizado por técnicas cromatográficas e a identificação das substâncias foi realizada por técnicas espectrométricas e espectroscópicas. Nas análises por cromatografia em camada delgada (CCD) das amostras, observou-se bandas com coloração característica de compostos fenólicos, flavonoides, saponinas e terpenos. A amostra FHCP foi analisada por CCD e fracionada por cromatografia em coluna flash, uma das frações foi identificada como mistura dos fitoesteróis β-sitosterol e estigmasterol pelas análises espectrométricas em comparação dos dados com a literatura. Dados cromatográficos, espectroscópicos e espectrométricos da fração FASP e dos extratos EMCP/EMSP/EACP em comparação com os dados literários permitiram identificar a presença de derivados de ácidos gálico e elágico e podem ser os principais compostos responsáveis pela bioatividade dos extratos e frações do fruto.