“A natureza mudou”: alterações climáticas e transformações nos modos de vida da população no baixo rio Negro, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vasconcelos, Mônica Alves de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7081231067828526, https://orcid.org/0000-0003-0388-5791
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Centro de Ciências do Ambiente
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8177
Resumo: As mudanças climáticas são gradativas e perceptíveis para toda a sociedade, e acarretam grandes impactos para as comunidades ribeirinhas da Amazônia. Estas populações são altamente sensíveis a estas transformações, pois os ciclos hidroclimáticos sazonais regem os seus cotidianos, integram os seus modos de vida ao ambiente e determinam a organização dos calendários sociais e agrícolas. Pesquisas de percepção climática dos ribeirinhos são necessárias para analisar como eles estão reagindo aos impactos dessas mudanças e quais estratégias adaptativas são adotadas. Este trabalho teve como objetivo compreender os impactos provocados pelos eventos climáticos extremos na dinâmica dos aspectos físicos, ambientais e socioculturais dos sistemas socioecológicos ribeirinhos do baixo rio Negro. Inicialmente, pela análise de alterações de tendências hidroclimáticas e, posteriormente, por meio da descrição da percepção procurou-se apresentar os impactos nos modos de vida e na paisagem das comunidades para então conhecer as estratégias adaptativas frente aos eventos climáticos extremos. Foi adotada a perspectiva quanti-qualitativa com abordagem multimétodos. A pesquisa foi realizada nas comunidades Tiririca, Marajá, Santo Antônio e Terra Preta da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do rio Negro, com 43 sujeitos por meio de entrevistas semiestruturadas e de grupo focal, com a finalidade de observar possíveis contrastes na percepção de homens e mulheres. Os resultados foram analisados por meio de tendências históricas da sazonalidade do regime hidrológico, da precipitação e da temperatura, enquanto para os dados qualitativos, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. Os resultados indicam que registros físicos e de percepção na maioria das vezes coincidem, e estes apontam que os ciclos do rio estão mudados, que as chuvas diminuíram e há unanimidade na percepção de que o aumento da temperatura é uma realidade que tem afetado seus modos de vida no trabalho, educação, saúde e alimentação. As comunidades estão desenvolvendo estratégias adaptativas para superar esse novo desafio, mas políticas públicas precisam auxiliar na reposta local às variabilidades climáticas, contribuindo com a qualidade de vida das populações.