Ordenha de dreno mediastinal em pós-operatório de cirurgia cardíaca: um ensaio clínico randomizado
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Medicina Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Cirurgia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8015 |
Resumo: | JUSTIFICATIVA: Não há trabalhos publicados suficientes e com desenho adequado que comprovem a eficácia da ordenha de dreno de mediastino na prevenção da oclusão hemática e suas complicações, sendo que manipular ou não os drenos pode levar a desfechos desconhecidos. Tal trabalho se faz necessário para o meio científico e profissional no sentido de apontar o que deve ser adotado no pós-operatório (PO) de cirurgias cardíacas. OBJETIVO GERAL: avaliar a conveniência da ordenha de drenos de mediastino em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca na prevenção de sua oclusão hemática. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: estimar a eficácia da ordenha de dreno de mediastino para prevenir a oclusão hemática em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca; rastrear complicações relacionadas à ordenha ou não ordenha do dreno; elaborar Protocolo Institucional para Cuidados com Dreno de Mediastino em Unidade de Terapia Intensiva de Pós-operatório de Cirurgia Cardíaca. MÉTODO: ensaio clínico randomizado com 80 pacientes distribuídos em dois grupos: um, com denominação S-ORD, com 40 pacientes que não foram submetidos à ordenha de dreno de mediastino; outro, C-ORD, de 40 pacientes que foram submetidos à ordenha conforme rotina da Unidade de Terapia Intensiva. Os pacientes foram recrutados pelo pesquisador principal e por dois pesquisadores da Equipe entre pacientes internados que seriam submetidos a cirurgia cardíaca por esternotomia mediana com colocação de dreno de mediastino. Os grupos foram avaliados quanto ao volume drenado, ocorrência ou não de tamponamento cardíaco, derrame pericárdico e retirada do dreno mediastinal. Os dados foram mensurados por integrantes da Equipe do projeto após padronização e treinamento, em impresso próprio individualizado para cada paciente randomizado. RESULTADOS: Em nenhum dos grupos houve caso de tamponamento cardíaco, derrame pericárdico ou obstrução do dreno. A retirada do dreno foi mais frequente entre o segundo e o terceiro dia de PO, nos grupos C-ORD e S-ORD (85,0% e 72,5%). No grupo C-ORD, o tempo médio para retirada do dreno foi de 2,8 dias e no grupo S-ORD, foi de 3,1 dias, não sendo estatisticamente significante essa diferença (p = 0,1189). O grupo C-ORD em relação ao grupo S-ORD drenou mais no pós-operatório imediato (355,1 ml e 236,6 ml) com significância estatística (p = 0,0075). Complicações (bloqueio atrioventricular total, síndrome do baixo débito pós-operatório, parada cardiorrespiratória, Hipertensão arterial e pneumotórax) ocorreram em maior proporção no grupo S-ORD (35,0%), no pós-operatório imediato e até o 3º dia. No grupo C-ORD ocorreram complicações em 17,5%, todas somente no pós-operatório imediato. Esta diferença entre os grupos foi estatisticamente significante, tanto na proporção geral (p = 0,0005), como na comparação entre os períodos (p = 0,0322). CONCLUSÕES: Foi encontrado um menor número de complicações pós-operatórias em associação ao emprego da ordenha de drenos com diferença significante; recomenda-se, portanto, ordenha de dreno mediastinal no pós-operatório de cirurgia cardíaca pela técnica de stripping. Em decorrência dos achados deste estudo foi elaborado protocolo institucional para cuidados de drenos de mediastino. |