O insólito olhar feminino sob o prisma da cegueira nos romances Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, e Os tambores silenciosos, de Josué Guimarães
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10167 |
Resumo: | O presente trabalho teve como objetivo promover um diálogo sobre o insólito olhar feminino em Cem anos de solidão, de 1967, do escritor colombiano Gabriel García Márquez, e Os tambores silenciosos, de 1977, do escritor brasileiro Josué Guimarães. Ambos são romances latino-americanos eivados de elementos atravessados por traços/valores insólitos e míticos; ambos estão ambientados num contexto político repressor e de violência (guerra civil e ditadura civil-militar); ambos oferecem alegorias da verdadeira situação política de seus países. Nos dois livros, há também a presença de duas personagens femininas singulares: Úrsula e Maria da Glória, respectivamente, as quais estão marcadas por uma característica em comum: a cegueira. Úrsula perde a visão na velhice e Maria da Glória jamais enxergou; contudo, é por meio da cegueira que o sobrenatural se manifesta em ambas, posto que é na região da solidão e do silêncio que o olhar dessas duas personagens deixa de ser comum, para ser insólito; único, para ser múltiplo. A fim de fundamentar a argumentação, são utilizados alguns teóricos que trabalham sobre as questões do mito, como o crítico russo Eleazar M. Mielietinski e o mitólogo romeno Mircea Eliade, e do insólito, como o teórico búlgaro Tzvetan Todorov, o crítico argentino Jaime Alazraki e a professora brasileira Irlemar Chiampi, dentre outros; porém, faz-se mister salientar que, no tocante à cegueira, baseamo-nos principalmente nas teorias dos filósofos franceses Georges Didi-Huberman e Maurice Merleau-Ponty que abordam a temática do olhar sob uma perspectiva ímpar, cujas personagens femininas que olham por meio do insólito também receberão de volta um olhar que as afetará profundamente. |