O Agroecossistema do lago do Janauacá, AM: cultivando vida e saberes
Ano de defesa: | 2018 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Centro de Ciências do Ambiente Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6706 |
Resumo: | Os benefícios econômicos do desenvolvimento globalizado foram conquistados a um alto custo: a degradação dos ecossistemas globais, com perda de parte significativa da sua biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, ameaçando a integridade desses sistemas e a sobrevivência de todas as pessoas que dependem direta e indiretamente deles. A solução desse problema existencial poderia ser encontrada no saber ancestral e nas práxis dos povos que ocupam os ecossistemas do mundo hoje e ainda aproveitam dos seus bens e serviços comuns de forma sustentável. Nessa tese, estudei o saber ancestral e a práxis dos moradores do lago do Janauacá, um agroecossistema na planície do rio Solimões. Investiguei a origem geológica e biológica do lago e as transformações antrópicas, desde o período pré-colonial, que transformaram o lago em um agroecossistema fluvial. Busquei também as origens do saber ancestral, construído desde o período pré-histórico por povos que interagiram com esse e outros sistemas amazônicos. Foi demonstrado que os moradores atuais possuem um vasto saber ancestral sobre o agroecossistema fluvial do lago do Janauacá e ainda o utilizam na vida cotidiana aproveitando de bens e serviços ecossistêmicos de forma sustentável. Constatou-se também que a maioria das tentativas de introduzir novas cultivares no lago ou de comercializar e explorar bens ou serviços comuns existentes numa intensidade além da capacidade produtiva do sistema ambiental, seguindo modelos técnico-científicos e econômicos ocidentais, foi infrutífera. Concluiu-se que: 1) o saber ancestral ainda oferece a melhor base científica para o aproveitamento dos bens e serviços ecossistêmicos no agroecossistema do lago do Janauacá, especialmente quando eles são destinados para o consumo da comunidade local; 2) a comercialização desses produtos e serviços em escalas maiores só será viável com um rigoroso controle da intensidade de exploração pelos moradores para não exceder os limites produtivos do sistema ambiental; e 3) se esse controle local for realizado em escala mundial, incluindo todos os ecossistemas locais explorados pelos mercados globais, é possível imaginar um mercado globalizado, atendendo a demanda das populações urbanas do mundo, que seria finalmente sustentável ou como diria o Morin (2013), uma Unitas multiplex planetária sustentável |