Atividade diária, seleção de substrato e resistência à dessecação do caranguejo Dilocarcinus pagei

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Eudivâne Ferreira da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5586423499736050
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - Itacoatiara
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia para Recursos Amazônicos
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4880
Resumo: A dessecação causada por alterações ambientais pode ser um dos principais fatores que interferem na distribuição dos organismos e determinados comportamentos são importantes para garantir sua sobrevivência. As formas juvenis geralmente são considerados mais vulneráveis, pois são predados ou mortos por fatores abióticos como elevadas temperaturas. Portanto, conhecer o comportamento dos animais e o tempo de resistência a dessecação é um passo importante para a preservação das espécies. Diante disso, o presente estudo investigou sob condições experimentais a atividade diária, seleção de substrato e a resistência a dessecação do caranguejo Dilocarcinus pagei. Para a atividade diária e seleção de substrato por juvenis de D. pagei foram utilizados 30 espécimes, mensurados quanto a largura da carapaça, apresentando em média 15,63±1,45 mm. Foram separados 10 juvenis em cada um dos três aquários, com o preenchimento do seu fundo com seixo e areia, rocha, macrófitas e água. As observações foram realizadas a cada duas horas nos períodos diurno e noturno, registrando os comportamentos e a seleção de substrato. Para a dessecação foi analisado o tempo de sobrevivência e perda de água entre sexo e tamanho, usando um total de 60 espécimes entre machos e fêmeas, sendo mensurados quanto a largura da carapaça, registrados o peso inicial de cada caranguejo e em seguida individualizados em recipiente plástico para a determinação do tempo máximo de dessecação, sob temperatura ambiente com média de 30,5±1,0ºC e umidade relativa do ar 70,9±3,9%. A imobilidade foi o comportamento mais frequente para dia e a noite. Alimentação, exploração do ambiente e natação foram mais frequentes a noite. Interação social, interação agonística e auto-limpeza foram os comportamentos menos frequentes. A seleção de substrato não foi significativa entre dia e noite (G=6,0620; GL=3; P=0,1083). As macrófitas foram as mais utilizadas a noite e a rocha durante o dia, com ocupação da parte submersa. Diante da dessecação, as fêmeas D. pagei sobreviveram em média 165,7±93,3 h e os machos 87,7±44,2 h, sendo diferente o tempo de sobrevivência entre os sexos (F=17,7552; GL=1; P=0,00009). O tempo de sobrevivência foi independente do tamanho de machos (F=0,3056; GL=1; P=0,5911) e de fêmeas (F=0,1991; GL=1; P=0,6628). A perda de água até a morte entre machos e fêmeas foi diferente (F=0,0925; GL=1; P=0,01665), com percentuais de 35,6±12,5% e 24,7±8,0%, respectivamente. A água perdida até a morte não teve relação com o tamanho para machos (F=0,2045; GL=1; P=0,6587) e fêmeas (F=0,0055; GL=1; P=0,9395). Os juvenis de D. pagei apresentam picos para determinados comportamentos, entretanto, seu repertório comportamental não é diferente entre o dia e a noite. A ocupação frequente da parte submersa do substrato, indica que os juvenis tem preferência por ambiente aquático, pois a sua exposição ao ar foi de rara ocorrência. Diante da dessecação as fêmeas de D. pagei são mais resistentes, foram capazes de moderar sua perda de água em relação aos machos. Tanto o tempo de sobrevivência quanto a perda de água foi independente da classe de tamanho dos caranguejos