A Usina do Roque: produção (in) sustentável de óleos e manteigas vegetais para uma indústria de cosméticos na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vidal, Terena do Couto Sampaio
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7036746717185596
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Centro de Ciências do Ambiente
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7861
Resumo: A valorização dos recursos florestais restrita à produção madeireira vem sendo modificada, tornando-se cada vez mais evidente a importância de outros produtos e benefícios, dentre eles o aproveitamento dos Produtos Florestais Não Madeireiros - PFNMs. A agregação de valores a estes produtos, a utilização de tecnologias adequadas às condições de exploração, o manejo florestal sustentável, o desenvolvimento de pesquisa apropriada, e a diversificação dos atuais sistemas de produção, convergem em um plano mais estratégico na reestruturação da comercialização desses insumos vegetais. O objetivo desta dissertação foi analisar se a produção na Usina do Roque se dava de forma sustentável, utilizando para esta análise as dimensões sociais, econômicas e ambientais. Para as dimensões sociais, foram escolhidos parâmetros como acesso a serviços públicos, participação social e rendimento proveniente da matéria-prima. Para a dimensão econômica os parâmetros escolhidos foram estratégia de mercado e faturamento. E para a dimensão ambiental, os parâmetros adotados foram manejo da vegetação nativa e, resíduos sólidos industriais e domésticos. A economia da Comunidade do Roque é composta pelo trabalho em função da Usina, da agricultura com a produção de farinha e do Programa Bolsa Família. O serviço de saúde na Comunidade é precário, são grandes os casos de malária entre os moradores. Não há tratamento de esgoto. Desde 2014, com a instalação do poço artesiano há distribuição de água regular. O Roque possui Escola Municipal, que vem alcançando bons resultados com as crianças. O serviço de distribuição de energia ainda é ineficiente. Atualmente, as sementes processadas na Usina são coletadas em 51 Comunidades do Território Médio Juruá distribuídas na RDS Uacari, na Resex do Médio Juruá e no entorno dessas UCs. O rendimento no processo industrial de andiroba raramente excede a 30% do peso das sementes, o rendimento da Ucuúba é de 43% e o do Murumuru é em média 23% do volume total de sementes processadas, gerando grandes quantidades de resíduos. Os maiores custos para a produção do óleo e das manteigas são a aquisição de matéria-prima e a logística de distribuição. O vínculo de dependência com uma única empresa compradora também acarreta uma relação comercial frágil, caracterizada como monopsônio. Além dessas dificuldades, os produtores ainda precisam lidar com a sazonalidade da produção de frutos das espécies florestais, que em alguns anos rende mais matéria-prima e em outros não, impactando consequentemente os ganhos da Cooperativa. Apesar de gerar renda e ter melhorado as condições de vida da população, a produção advinda da Usina do Roque se mostrou insustentável economicamente e ambientalmente. É necessário um suporte à Cooperativa para que a mesma consiga uma gestão mais eficiente, reduzindo os gastos, os desperdícios, aumentando a produtividade e tornando todas as etapas do processo produtivo sustentáveis.