Mulheres impressas: amor, honra e violência no cotidiano das mulheres em Manaus
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em História |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6023 |
Resumo: | Este estudo analisa histórias de mulheres que viveram em Manaus no período de 1932 a 1962, presentes em processos judiciais ligados, sobretudo, a crimes passionais e de defloramento/sedução. Tais histórias revelaram como amor, honra e violência se entrelaçavam no cotidiano feminino, desvelando o quanto as vontades femininas ficavam em segundo plano na prevalência de um afeto masculino dominador que culminava em um sentimento de posse e exclusividade, até mesmo nas relações informais, privando as mulheres, por diversas vezes, do direito de escolha. No tocante à honra, ela aparece com o duplo status de sentimento e fato social, ditando o valor de uma pessoa. Para o homem estava assentada em sua relação com o trabalho; para a mulher, em sua pureza sexual. Das solteiras, exigia-se a virgindade; das casadas, a extrema fidelidade ao marido. Mas não apenas isso: uma mulher honrada deveria reportar-se ao espaço privado, estar sob a vigilância da família e cultivar a submissão e a docilidade. Ao enquadrar-se nestes padrões, ela recebia o título de honesta, merecendo toda proteção por parte da sociedade. O contrário da mulher honesta era a mulher pública ou prostituta, comumente marginalizada, indigna de respeito e consideração. Para as transgressoras: infiéis, prostitutas, teimosas, ousadas, trabalhadoras, empregavam-se punições que passavam pelo escárnio, o assédio e até agressões físicas. De acordo com a mentalidade reinante no período, cabia aos homens da família (pai, irmãos, tios, esposo) disciplinar e controlar as mulheres, sendo legítimo o uso da força. Esta premissa justificava a violência doméstica, vista como questão de ordem privada, na qual o Estado só deveria intervir em casos extremos. Destarte, a ideologia patriarcal banalizava a violência contra a mulher ocorrida no espaço do lar e procurava justificativas para alguns episódios em que ela ocorria também no espaço público. Para historicizar os casos encontrados foi basilar um diálogo com trabalhos já existentes sobre os temas abordados, além de outras fontes como os jornais e escritos de renomados juristas da época. |