Sustentabilidade ecológica e econômica da pesca comercial do município de Barcelos, Região do Médio Rio Negro, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Inomata, Sandrelly Oliveira
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5095187382909916
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2743
Resumo: Estudos sobre a atividade pesqueira na região Amazônica são voltados para a calha do Solimões-Amazonas, entretanto pouco se sabe sobre a pesca comercial em rios de água preta. Deste modo, considerando à carência de dados na região do Médio rio Negro este estudo se propôs avaliar a sustentabilidade da pesca comercial do município de Barcelos, através da caracterização da frota, análise do desembarque e modelagem ecossistêmica da atividade pesqueira. As informações sobre as características físicas, operacionais e econômicas foram coletadas por intermédio de questionários estruturados no período de fevereiro de 2012 a janeiro de 2013, junto aos pescadores de barcos de pesca e de canoas motorizadas. No geral, a pesca comercial era a principal atividade econômica dos entrevistados, porém estes também desenvolviam outras atividades, principalmente relacionadas à pesca esportiva e ornamental. As características físicas das embarcações foram similares às de outras regiões estudadas na Amazônia. Os barcos de pesca atuaram principalmente como armazenadores de pescado. A malhadeira foi o apetrecho mais utilizado. O combustível foi o principal item dos custos a encarecer as expedições de pesca. Foram desembarcadas 56,0 toneladas de pescado, tendo como valores médios de desembarque 3,6 (± 2,2 t/mês) e 1,1 (± 0,7 t/mês) toneladas por mês para barcos e canoas, respectivamente. O pacu (Subfamília Myleinae), aracu (Família Anastomidae) e tucunaré (Cichla spp.) foram as principais espécies capturadas, responsáveis por aproximadamente 50% da frequência de ocorrência no desembarque. O rio Demeni, o lago Anauali e o igarapé Zamula foram os locais de pesca mais explotados. Ficou evidenciado que os barcos exploraram os lagos na seca e na cheia, enquanto os rios foram explorados em todos os períodos do ciclo hidrológico, com leve predominância do período de vazante. Os igarapés também foram explorados em vários períodos, com exceção da enchente. Em relação as canoas motorizadas, os lagos continuaram sendo os ambientes preferenciais no período de seca. Enquanto os rios foram explorados durante o ano todo. Os igarapés foram explorados principalmente na vazante e cheia. As embarcações apresentaram diminuição no esforço de pesca no período de cheia e aumento na estação seca, com valores médios de CPUE de 21,9 e 23,9 kg/pescador*dia, para barcos e canoas, respectivamente. Foram simulados quatro cenários para verificar o comportamento do estoque frente às alterações nas características do sistema, que compreenderam as seguintes variações de mudanças: (a) Cenário I: aumento nas taxas de mortalidade por pesca de Characiformes, Perciformes e Siluriformes; (b) Cenário II: redução na taxa de reposição do estoque; (c) Cenário III: redução de 50% nas taxas de mortalidade por pesca, e; (d) Cenário IV: foi analisado o efeito da combinação dos cenários I, II e o aumento dos custos totais e preço por quilo de pescado. Como horizonte de planejamento foi escolhido um período de 70 anos. O cenário III mostrou-se o mais adequado ao uso dos recursos pesqueiros de forma sustentável, pois com as condições usadas nesta simulação o estoque se manteria por bem mais de 70 anos. Diante a este cenário otimista, seria interessante que como medida de manejo para a região, houvesse um efetivo controle do acesso à pesca. Onde os usuários pudessem se conscientizar e levar em conta que esses recursos naturais, mesmo sendo renováveis, também são passíveis de exaustão