“Tambor Urbano”: deslocamento compulsório e a dinâmica social de construção da identidade quilombola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Farias Júnior, Emmanuel de Almeida
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8651348432983480
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6503
Resumo: Este trabalho de pesquisa visa analisar a relação entre políticas governamentais, em particular a política ambiental e os agentes sociais autodefinidos remanescentes de quilombos em Novo Airão, Amazonas. Objetivamos ainda, estudar os mecanismos de construção da identidade étnica quilombola e a relação com a implantação da política ambiental que criou o Parque Nacional do Jaú, bem como as medidas administrativas dela decorrentes, que ocasionaram o cerceamento das práticas tradicionais de utilização dos recursos naturais, de certos ritos de coesão social, tal como os festejos religiosos, e causando ainda o deslocamento compulsório de parte das famílias quilombolas para a periferia de Novo Airão. Neste sentido, este trabalho, busca ainda compreender a dinâmica social de construção da identidade quilombola por essas famílias que foram deslocadas, referidas atualmente ao que se designou “Tambor urbano”. Para subsidiar nosso trabalho de pesquisa, fizemos leituras de referências bibliográficas que analisaram situações sociais designadas como quilombolas em “regiões” amazônicas, como também em estudos sobre o conceito de quilombo. Nos apoiamos em trabalhos de campo e surveys realizados na cidade de Novo Airão desde 2005, como também na Comunidade Quilombola do Tambor, rio Jaú, em setembro de 2007. Além de outras atividades referentes à pesquisa, como audiências, seminários, assembléias, e outras. A partir deste trabalho de pesquisa que temos realizado, concluímos que não se tratam de duas metades de uma unidade social, mas sim de uma situação social. Levados a este ponto, Comunidade Quilombola do Tambor e Remanescentes de Quilombo de Novo Airão. Designam associações diferentes, mas expressam uma única identidade coletiva. Constatamos, assim, uma certa dinâmica da pluralidade de autodefinições. Ela converge para a criação de uma situação designada como “unidade de mobilização”, a partir das quais, estas identidades são acionadas e se relacionam com fronteiras definidas. Isso não quer dizer que os agentes sociais estejam mantidos numa camisa de força. Em verdade estas identidades podem ser acionadas ou não. No entanto, elas se referem à garantia da reivindicação de direitos, o que não quer dizer que elas se esgotem somente no conteúdo das reivindicações.