Homens e mulheres nas beiras: etnoeconomia e sustentabilidade no alto rio Solimões

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Rodrigues, Pedro Máximo de Andrade
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7241016096830708
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4323
Resumo: No contexto da crise ambiental mundial, a Amazônia desponta como região-símbolo de uma natureza que se supõe intocada na maior parte de sua extensão. A atenção despertada sobre a sua biodiversidade e riquezas naturais não permitirá que ela permaneça incólume às investidas do grande capital, face ao discurso generalizado de que a região constitui-se em um grande vazio humano, a ser tutelado pela sociedade mundial enquanto fonte de recursos e de prestação de serviços ambientais essenciais. O objeto definido para o presente estudo consistiu na investigação das interações humanas e ambientais necessárias à organização de sistemas econômicos indígenas na região do Alto Rio Solimões, com o objetivo de se verificar os seus componentes, a sua dinâmica e até que ponto esses elementos se articulam com a proposição de sustentabilidade ambiental, econômica e social. Partindo-se da abordagem sistêmica, enunciada por Morin, e à aplicação do método estudo de caso (Yin), o trabalho de pesquisa teve como fonte privilegiada de informação os dados coletados junto ao Núcleo de Estudos Regionais e Urbanos da Amazônia-NERUA da Universidade Federal do Amazonas-UFAM e os estudos de Noda (2000). As áreas de estudo selecionadas foram a Comunidade Indígena Novo Paraíso, de etnia ticuna, e a Aldeia Cocama Nova Aliança, constituída por população da etnia cocama. A partir da análise e interpretação dos dados bibliográficos e secundários, elaborou-se um modelo explicativo da organização das unidades econômicas correspondentes a cada grupo social, constituído de sistema ambiental-territorial e sistema sócio-cultural, articulados pelo sistema produtivo agro-florestal, baseado em agricultura familiar. O estudo realizou uma caracterização desses componentes baseada sobretudo na percepção dos produtores agroflorestais participantes da pesquisa, enquanto expressão do conhecimento vivenciado cotidianamente por eles, e a lógica e dinâmica internas que determinam as suas interações. Ao final, expôs-se o nível de satisfação do atendimento de necessidades proporcionado por esse modelo econômico aos indivíduos que o vivenciam, bem como se procedeu ao levantamento das demandas sociais mais urgentes. O estudo revelou a relevância dos componentes culturais e morais, baseados na lógica da dádiva e da reciprocidade, capazes de organizar um modelo etnoeconômico onde as relações econômicas estão imersas nas relações sociais, e na forma como se organizou o conhecimento dessas populações no manejo e conservação dos recursos. Um elemento capaz de reestruturar esse modelo foi identificado nas suas conexões com o mercado e com a sociedade envolvente, sem ainda ficarem definidos o grau de assimilação e de respostas para o futuro dessas unidades sociais e econômicas, bem como para o capital natural que auxiliam a conservar e formar.