Metalogênese do depósito aurífero de Gómez Plata, Cordilheira Central, Colômbia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Beatriz Cunha dos
Outros Autores: https://lattes.cnpq.br/5625143961724467, https://orcid.org/0000-0002-6345-7070
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9496
Resumo: Na Colômbia, a exploração mineral aurífera representa uma das fontes mais importantes para a economia do país. A caracterização destes depósitos ainda é escassa e representa um desafio no avanço do conhecimento geológico e exploratório. Os Andes colombianos possuem uma história geodinâmica que é resultado da geração de magmatismo cálcio-alcalino na margem pacífica, que ocorre desde o jurássico, com acresção de terrenos, desenvolvimento de metamorfismo barroviano, termal, e de alta pressão, assim como instalação de zonas de cisalhamento e migração de fluidos. Em tal cenário, foram gerados importantes depósitos auríferos. Alguns dos mais importantes depósitos estão hospedados em rochas encontradas no distrito metalogenético de Antioquia, como o Batólito Antioqueño. Este corpo está localizado na porção norte da Cordilheira Central dos Andes, a oeste do sistema de falhas Otú-Palestina (Pericos), sendo o único corpo intrusivo de idade cretácea reconhecido na Cordilheira Central. O batólito Antioqueño é composto por 5 corpos satélites intrusivos principais, os stocks de Altavista, San Diego, La Culebra, La Unión e o Batólito de Ovejas. Tais plútons foram formados por pelo menos quatro pulsos magmáticos, sendo os três primeiros pré-colisionais durante o Cretáceo superior datados por U-Pb em zircão em (95-87 Ma, 89-82 Ma e 81-72 Ma), e o último pós-colisional durante o Paleoceno (~63-58 Ma). Sendo este último pulso correlacionável a outros plútons localizados ao sul da Cordilheira Central como os plútons de Hatillo, Manizales, El Bosque, Norcásia, Sonsón, e ao norte, o batólito Santa Marta e o stock de Parashi, na margem Caribe. Em geral, o Batólito Antioqueño é formado por rochas que variam de composição granítica a granodiorítica com exceção do stock de San Diego que é um gabro. Estes corpos são intrudidos por diques e veios hidrotermais tardemagmáticos que são os principais responsáveis pela mineralização neste distrito aurífero. Na região de Gomez Plata, a aproximadamente 200km de Medellin, está localizada a jazida aurífera Mocorongo, está é constituída por granodiorito intrudido por veios e quartzo e com minerais de ganga sendo os principais os sulfetos de ferro (pirita), de cobre (calcopirita), além de Chumbo (galena), zinco (esfalerita), óxidos de ferro (magnetita e hematita) e ouro como minerais subordinados. Estes veios teriam sido formados em vários pulsos pois se observam pelo menos três gerações de quartzo, e são controlados por um sistema de cisalhamento principal com atitude variando no intervalo 250°-70° a 110°-290° e mergulhos entre 57°-84°, estrutura que mantem orientação similar ao sistema de falhas que controla o Rio Nús. A deformação associada a esta estrutura é do tipo protocataclástica, a qual está registrada principalmente como deslizamento planar e fraturamento no quartzo, mostrando que a zona de cisalhamento foi reativada após a formação dos veios. Esses mecanismos de strain são indicativos de que os veios foram formados em níveis rasos da crosta superior (em torno de 4 a 6 km de profundidade). Esta estrutura de cisalhamento foi interpretada como subordinada e conjugada ao sistema de cisalhamento regional Otú-Pericos-Palestina. O granodiorito que hospeda os veios que constituem a jazida exibe evidências de alteração potássica, sericítica e propilítica as quais na proximidade dos veios do minério foi obliterada por halos restritos de alteração hidrotermal de tipo sericítica mais proximal, e clorítica mais distal. Tendo em vista que no depósito Mocorongo a clorita e o epidoto estão relacionados espacialmente a zonas de halos hidrotermais, e que conforme as características petrograficas, indicam que, parte das cloritas do depósito cristalizaram durante a fase principal deste processo a partir de biotita e anfibólio na rocha hospedeira. Com base na termobarometria, foram calculadas temperaturas entre 293,44°C e 329,89°C para a zona de alteração hidrotermal. As inclusões fluidas aquosas de temperatura de homogeneização e salinidade na faixa modal de 158 a 300 °C (média de 220 ± 32 °C; desvio padrão de 1σ; n = 93), com maior frequência de picos máximos entre 226 e 253 °C e equivalentes a NaCl de 2 a 15% (mass%), respectivamente e inclusões fluidas aquo-carbônicas com temperaturas de dissolução do clatrato variando de 7.3°C a 7.7°C e tmeperaturas de homogeneização entre 185.8°C a 241.8°C, implicando que a fase carbônica poderia estar relacionado as mesmas condições de confinamento que as fase aquosa. Quando relacionados em gráfico de P-T, observa-se uma isócora com temperatura entre 300°C pressão de 2.4 Kbar, correspondente a aproximadamente 24km de profundidade, essa pressão pode estar relacionada as váriações de pressão dirigida que a rocha foi condicionada durante a evolução do fluido hidrotermal. Essas características físico-químicas sugerem que fluidos pós-magmáticos ao serem canalizados em fraturas regionais, obtiveram diminuição da temperatura, interação fluido-rocha (boiling) e a mistura de fluidos meteóricos causados pelo fraturamento inicial e no decorrer da migração dos fluidos, estes fatores fortes engajadores para a precipitação do ouro em fluidos supersaturados.