Na cercania da morte: situação de ameaça e terror de Estado em conflitos territoriais no Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paiva, Rosana Carvalho
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9722563774821472
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7528
Resumo: Ameaças de morte são violações recorrentes na experiência compartilhada de ocupantes de áreas rurais de Manaus, Presidente Figueiredo e Iranduba/AM. As ameaças sobressaem-se dentre uma pletora de atos de violência que tomam parte nos conflitos territoriais que tem por base a disputa entre agentes econômicos e ocupantes destituídos de segurança jurídica sobre a propriedade da terra. Dos atos mais sutis aos mais explícitos, observei uma ação sistemática que tem como objetivo último a imobilização política e a desapropriação dos ocupantes. Embasada em trabalho de campo realizado entre 2016 a 2018, a presente tese apresenta um percurso etnográfico que parte da atribuição não desejada de “ameaçadas/os de morte” e propõe a noção de situação de ameaça para considerar a totalidade dos atos e efeitos da violência para uma coletividade. Neste âmbito, desde o testemunho dos agentes, busco compreender suas experiências, marcadas por medo, sofrimento, silenciamento, trauma e luto; como também por resistências e curas. Outro feixe de análise corresponde a um olhar sobre o terror de Estado, considerado contra parte indispensável para a possibilidade de existência das situações de ameaça. Como forma de controle de população e de território através de ações que suscitam medo e imobilização política, o terror de Estado é motivado pela confluência entre interesses e participações do Estado e dos mercados. Sua expressão mais direta encontra-se nas ações das forças de segurança pública e nas decisões de agências executivas e do judiciário. É neste campo que se encerra a tese, no encontro entre a experiência na situação de ameaça com a busca não completada por justiça.