De quem é o primeiro beijo das moças? a condição feminina em Estudo Residual d'A Normalista, de Adolfo Caminha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sá, Maurício Viana de
Outros Autores: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4389122A4
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6753
Resumo: A literatura do século XIX delega às mulheres o lugar de submissão. Os romances apresentam mulheres frágeis e silenciadas. Nossa inquietação sobre essa Literatura nos levou à escolha da personagem Maria do Carmo, do livro A Normalista, de Adolfo Caminha. A menina-mulher, assediada e abusada pelo padrinho, enquanto representação da mulher ocidental, vive sob a violência física, psicológica e social na sociedade cearense. As práticas de dominação do homem obtiveram êxito em muitos séculos e ajudaram a massacrar muitas mulheres acusadas de bruxaria e/ou de pacto com o demônio. Uma certa ginefobia alastrou-se e conseguiu mutilar a vida de milhares de mulheres. A virgindade, para esse estudo analítico, também é apresentada como papel simbólico, que continua a servir como objeto lucrativo para muitas famílias, integrada às bases econômicas e sociais, numa teia ideológica sistematizada que insufla nos homens um sentimento de apetite sexual incondicional, criando no homem um sentimento de poder acerca do corpo da moça e da família com a qual se relaciona. Nesse contexto, o menino, desde a infância, educado para ser forte, ser esperto, ser ágil, imerso num círculo de superioridade, adquire um pensamento mordaz capaz de forjar uma mentalidade demasiadamente patriarcal que compromete o futuro das mulheres – esse é o herói romântico; enquanto cabe à menina o lugar de submissão. Por meio da Literatura, estudamos sobre a menina-mulher – com ênfase na moça, na virgem, na virgindade – para entender de quem é o primeiro beijo das moças na sociedade falocêntrica e como isso ocorre para que muitas mulheres aceitem a sua condição submissa. Este é um estudo diacrônico no que diz respeito à menina-mulher nos romances brasileiros (romantismo, realismo e naturalismo).