A singularidade da farinhada em território indígena: um estudo na sociedade Maraguá em Nova Olinda do Norte - Am, no período da seca e cheia dos rios
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras Brasil UFAM Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4218 |
Resumo: | A pesquisa intitulada “A singularidade da farinhada em território indígena: um estudo na sociedade Maraguá em Nova Olinda do Norte-Am”, no período da seca e cheia dos rios, objetiva analisar o modo como surgiu e se mantém a farinhada na organização social indígena, sob o pensamento dos Maraguá. Os Maraguá distribuem-se em três aldeias: Yãbetue’y -Terra Preta, Kãwera- esqueleto velho e Tupãnawa- Pilão. Das três aldeias, a pesquisa concentrou-se em apenas duas: Yãbetue’y e Tupãnawa. Fundamenta-se nos estudos teóricos e empíricos, mediante pesquisa exploratória: bibliográfica, documental e contatos diretos (pesquisa de campo), por meio da técnica etnográfica, durante as incursões nos anos de 2011 e 2012. Considerou-se seis categorias analíticas: fenômeno cheia e seca ( inverno e verão), conflito e resistência, processos formativos espontâneos e induzidos com o eixo estrutural: farinhada. Os resultados alcançados consistiram na compreensão sobre o significado social da farinhada, da casa de farinha e dos utensílios, da roça, da força datradição ligada ao cultivo da mandioca e conservação das manivas, do aspecto lendário, aspectos nutricionais desse produto, produção de subsistência e comercial e divisão sexual do trabalho. A casa de fazer farinha é também espaço de relações socioafetivas: amizade, namoro, casamento, compadrio, fofoca, gargalhadas e preocupações, crianças envolvidas com atividades típicas e lúdicas do ato de brincar. A roça enquanto mecanismo de produção de subsistência dos Maraguá é ao mesmo tempo produto e mercadoria. Constatou-se, ainda pontos comuns na comparação das duas “grandes festas”: a da farinhada e da pira-pukeka, tanto na organização quanto no envolvimento das três aldeias, ambas movimentam os Maraguá em prol de objetivos comuns, nelas transpiram de todas as maneiras o sentimento que a comunidade tem de sua unidade. As reuniões que acontecem com o grupo não são geradas apenas em prol da festa, mas de tudo que gira em torno dela, desde a preparação até sua execução. Isso tudo traduz a farinhada como produto de subsistência e comercio, organiza relações sociais e gera laços identitários. |