Biotransformação da Quercetina e produção de metabólitos ativos por Penicillium sp. 392 (GhG2 2.1) isolado de Gustavia elliptica M. (lecythidaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ohse, Ketlen Christine
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3560074724328069, https://orcid.org/0000-0001-7756-7724
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Rede Bionorte
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal - BIONORTE
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7742
Resumo: A biotransformação é uma ferramenta eficaz para modificar as estruturas naturais e produzir bioativos de interesse industrial. Muitos microrganismos têm sido utilizados em processos de biotransformação de produtos naturais, originando metabólitos já conhecidos ou novos, inclusive com o uso de fungos endofíticos. Nesse aspecto, foi proposto obter derivados bioativos de quercetina por meio de biotransformação realizada por Penicillium sp. A partir de amostras preservadas de Penicillium sp. Realizou-se biotransformação de quercetina em diferentes meios e condições. Foi adicionada a quercetina em cada amostra com microrganismo (exceto nos controles negativos), contendo meio mineral, tampão pH 7,5 e água. Após a biotransformação essas amostras foram submetidas as análises espectométricas em HPLC MS-DAD e RMN 1D e 2D. Foram realizados ensaios para detecção de atividade anti-inflamatória, antiglicação, antimicrobiana e avaliação da citotoxicidade. Foi observada a biotransformação da quercetina no meio mineral, após dois dias de indução da molécula, nas amostras MBt e MicMBt, quando submetidas aos parâmetros ideais de pH 7,5; tempo e temperatura de agitação de 24h a 48h após adição de quercetina em 28 °C e 120 rpm; concentração do substrato quercetina de 100 mg/100 mL; nível de açúcar no meio de cultivo reduzido em 1/4; nível de quantidade de células nos meios (18x108/mL) e cultivo a partir de suspensão de conídeos. Nos ensaios para teste antimicrobiano, as amostras apresentaram baixa atividade inibitória com halo de 6mm a 12 mm em bactérias gram-positivas e 8 mm em gram-negativas na concentração 5mg/mL. No ensaio antiglicante as duas frações contendo substância majoritária identificadas apresentaram alto índice de inibição na via da frutose, sendo os valores de IC50 para MicMBt 11,00 ± 0,75 e para MBt 17,17 ± 0,51 μg/mL, quando comparadas ao padrão aminoguanidina (28,60±1,35 μg/mL). Para atividade anti-inflamatória as frações apresentaram-se como inibidores da ativação de macrófagos, quando monitorados por produção de óxido nítrico. Quanto a citotoxicidade, as frações apresentaram baixa toxicidade até a concentração de 50 μg/mL. A biotransformação da quercetina por Penicillium sp (392) produziu como compostos majoritários o éster 3,4-di-hidroxibenzoato de metila e a substância 2-((3,4-di-hidroxibenzoil)oxi)–4,6-di-hidroxi ácido benzoico, identificadas como moléculas majoritárias, as quais foram responsáveis pelas atividades antiglicantes e anti-inflamatórias em modelos in vitro. O presente trabalho foi pioneiro no estudo de biotransformação de flavonóides por fungos endofíticos da Região Amazônica, cuja perspectiva principal é produzir derivados que sejam potencialmente ativos em modelos biológicos.